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26/Mai/2021

Tendência é de pressão baixista sobre o algodão

Os preços internos do algodão em pluma estão mais fracos nos últimos dias, influenciados pela pressão de compradores, que ofertam valores menores para a aquisição de novos lotes no spot, indicando vendas lentas de produtos finais. Enquanto parte dos vendedores cede, muitos se mantêm retraídos e/ou firmes em suas posições. Os comerciantes, por sua vez, têm dificuldades em realizar negócios “casados” e adquirem lotes para cumprir suas programações. Diante disso, as transações domésticas seguem lentas. O Indicador CEPEA/ESALQ registra recuo de 0,81% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,15 por libra-peso. Na parcial do mês, a queda é de somente 0,24%.

O Indicador esteve, em média, 22,4% acima da paridade de exportação no mesmo período, a maior vantagem registrada desde janeiro de 2017 quando chegou em 23,3%. No entanto, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, de 17 a 21 de maio, a paridade de importação CIF São Paulo (com operação de drawback) foi de R$ 5,25 por libra-peso. Quanto aos novos contratos a termo para a safra 2020/2021, a comercialização permanece bastante aquecida, com indústrias domésticas visando garantir matéria-prima para os próximos meses. Isso porque as exportações seguem apresentando ritmo aquecido, ao passo que a oferta na temporada 2020/2021 é menor e um bom volume de pluma já está comprometido.

Algumas tradings também estão ativas para negociações, principalmente na venda. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 45% da safra brasileira 2019/2020 e 29% da safra 2020/2021 teriam sido comercializadas até o dia 25 de abril. Considerando-se que nas últimas cinco temporadas foram registrados, em média, 74% da produção nacional, isso pode indicar que 61% da produção atual e 39% da próxima já teriam sido negociadas. Para Mato Grosso, especificamente, informações divulgadas no dia 10 de maio pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 99,91% da produção 2019/2020 e 77,32% da próxima já teriam sido comercializadas.

A comercialização para a safra 2020/2021 está levemente menor que o registrado no mesmo período da temporada 2019/2020 (78,15%), mas superior à média dos últimos cinco anos, de 68,93%. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume exportado em 15 dias úteis de maio já soma 81,6 mil toneladas de pluma, 17,3% maior que a quantidade total exportada em maio/2020 (69,55 mil toneladas). A média diária de embarque está em 5,4 mil toneladas, expressivamente acima das 3,48 mil toneladas em maio/2020. Assim, espera-se que o total embarcado em maio/2021 atinja novo recorde para o mês. De agosto/2020 a maio/2021 (parcial da safra), a quantidade exportada já soma volume recorde, de 2,2 milhões de toneladas.

Em 12 meses, o volume escoado totaliza 2,34 milhões de toneladas, também recorde. O preço médio de exportação na parcial de maio, em dólar, é de 79,42 centavos de dólar por libra-peso, 3% maior que o preço médio de abril/2021 (77,10 centavos de dólar por libra-peso) e 16,2% acima do de um ano atrás (70,80 centavos de dólar por libra-peso). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,05 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e a R$ 4,06 centavos de dólar por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão sendo impulsionados pelo atraso na semeadura dos Estados Unidos e pela alta do petróleo no mercado internacional. O vencimento Julho/2021 registra alta de 0,61% nos últimos sete dias, cotado a 82,82 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2021 está cotado a 83,75 centavos de dólar por libra-peso (+1,77%), o Dezembro/2021, a 83,29 centavos de dólar por libra-peso (+1,93%), e o Março/2022, a 83,12 centavos de dólar por libra-peso (+2,18%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.