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28/Mai/2021

Comercialização de algodão lenta no mercado spot

A negociação de algodão no mercado disponível transcorre de forma lenta. Na Bahia, quase não surgem mais lotes à venda, e os compradores se encontram abastecidos para os próximos meses, tentando agora garantir o suprimento do segundo semestre. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 5,14 por libra-peso. No mês, a queda acumulada é de 0,40%. Na Bahia, o ritmo de negócios é lento, pois não há oferta. Para a safra nova, os vendedores têm expectativa de que o preço atinja 90,00 centavos de dólar por libra-peso. Além da aposta na reação dos futuros negociados na Bolsa de Nova York, alguns vendedores aguardam para ver se conseguem um dólar mais alto mais adiante e estão atentos à safra de Mato Grosso, para ver se vai ter alguma perda por adversidades climáticas no Estado.

No geral, as fábricas da Região Nordeste bem supridas têm algodão até agosto, e mesmo as que possuem um estoque mais apertado contam com volumes até o fim de julho, sem necessidade de buscar algodão fora da região ou elevar propostas para atrair vendedores. Neste momento, as indústrias estão focadas em adquirir volumes para suprir as necessidades do segundo semestre. As fábricas indicam entre R$ 4,70 e R$ 4,80 por libra-peso posto na Região Nordeste em julho e agosto. Com relação à safra, a produção da Bahia evolui sem percalços. A expectativa é de boa produtividade. As negociações a termo para a safra 2020/2021 estão aquecidas no País, com fábricas tentando garantir o fornecimento. As exportações seguem apresentando ritmo aquecido, ao passo que a oferta na temporada 2020/2021 é menor e um bom volume de pluma já está comprometido.

No disponível, os preços estão mais fracos nos últimos dias, influenciados pela pressão de compradores, que ofertam valores menores para a aquisição de novos lotes no spot em virtude da lentidão de vendas de produtos finais. Enquanto parte dos vendedores cede, muitos produtores, em especial, se mantêm retraídos e/ou firmes em suas posições. Para negociação antecipada da safra 2021/2022, que será plantada a partir do fim do ano, a indicação é de 250 pontos acima do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP). A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) projetou que as exportações brasileiras devem superar as do ano passado, considerando que o País vendeu 908 mil toneladas de algodão somente entre janeiro e abril, ante 2,125 milhões de toneladas exportadas no acumulado de 2020. Para a temporada 2020/2021, a projeção é de exportações brasileiras da pluma de 2,330 milhões de toneladas e 1,959 milhão de toneladas em 2021/2022.

Quanto à produção, a estimativa é de 3 milhões de toneladas, se o clima colaborar. Em breve, o Brasil poderá ultrapassar os Estados Unidos em produção. A produção de algodão brasileira vai continuar crescendo, apesar de problemas pontuais de clima, com produtividade crescente. Em relação aos preços globais, a volatilidade das cotações das commodities deve continuar. O clima na região produtora do Texas (EUA) será determinante para as cotações da pluma nos próximos meses, com a ocorrência ou não de chuvas no radar do mercado. Se o clima não colaborar, os futuros para dezembro na Bolsa de Nova York podem atingir US$ 100,00 por libra-peso nos próximos 60 dias. A demanda mundial pela commodity vem crescendo, com previsão de consumo global em 35,7 milhões de toneladas em 2020/2021 e 36,4 milhões de toneladas em 2021/2022. Há um movimento de forte retomada do mercado de algodão, puxado por pacotes de auxílios governamentais em vários países. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.