07/Jun/2021
A negociação de algodão é lenta no disponível no Brasil, com fábricas de maior porte em geral já abastecidas para o curto prazo e focadas em garantir suprimento para o segundo semestre. Os preços no País seguem em queda, acompanhando também o recuo do dólar ante o Real. Ocorrem poucos negócios no disponível. Muitas fábricas de maior porte já estão abastecidas para este fim de entressafra, enquanto indústrias menores seguem consumindo a fibra pontualmente. Ainda há ofertas de tradings no mercado interno, mas tem sido mais difícil encontrar a fibra com a qualidade exigida por fábricas, principalmente no que tange às características do algodão. A acirrada "queda de braço" entre agentes do setor de algodão em pluma limitou as negociações ao longo de maio e resultou em oscilações nos preços. No acumulado do mês passado, as cotações cederam 2,50%.
Agentes de indústrias ofertaram valores mais baixos na compra de novos lotes, adquirindo volumes suficientes apenas para atender à necessidade imediata. Esses demandantes estão preocupados com o enfraquecimento das vendas de produtos finais e alegam não conseguir repassar as altas da matéria-prima. Enquanto isso, os vendedores estão firmes nas indicações, mas uma parte das tradings disponibilizou alguns lotes a valores mais atrativos, influenciando a queda no valor médio. Os produtores estão com as atenções voltadas à temporada 2020/2021, principalmente ao algodão de 2ª safra de Mato Grosso, que deve apresentar menor produtividade. Além disso, estes agentes já estão com boa parte do volume comprometido e/ou estão capitalizados. Indústria já abastecidas para o curto prazo buscam lotes para entrega a partir de agosto, mas os vendedores esperam valores maiores. A negociação futura está travada, porque a expectativa das fábricas é comprar algodão entre R$ 4,60 a R$ 4,70 por libra-peso, mas a perspectiva de produtor é vender a R$ 5,00 por libra-peso.
Os produtores de Mato Grosso têm preocupação com o tamanho da safra, mas os relatos são de que a quebra por causa de adversidades climáticas pode ser menos acentuada do que se esperava inicialmente. Ainda assim, há maior cautela quanto a novos negócios porque já há bons volumes comercializados da safra 2020/2021. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) revisou para baixo a estimativa de safra de algodão no Estado. A produção passou a ser projetada em 1,62 milhão de toneladas de pluma, o que representa uma diminuição de 25,03% ante 2019/2020. Os talhões mais tardios já apresentam reflexos da falta de chuvas e da baixa umidade no solo, especialmente as áreas que foram plantadas depois da segunda quinzena de fevereiro. Isso resulta no encurtamento do potencial produtivo das plantas nessas áreas e consequentemente reflete na produtividade esperada em Mato Grosso. Enquanto isso, os relatos da Bahia, que pode ter algodão colhido já pela metade do mês, são de boa qualidade e produtividade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.