14/Jul/2021
Em firme movimento de alta desde o começo de julho, os preços internos do algodão em pluma já recuperaram todas as perdas observadas em junho. Apesar de a colheita da nova safra ter sido iniciada no Brasil, a oferta de pluma no spot nacional ainda é baixa, contexto que tem dado impulso aos valores. Até o momento, pouco mais de 10% da área de algodão foi colhida. Ressalta-se que existe uma defasagem entre a colheita e a oferta do produto no spot, que depende do beneficiamento e da classificação. Além disso, um percentual expressivo da produção já está comprometido, especialmente para exportação. Assim, os primeiros lotes acabam sendo destinados ao cumprimento destes contratos. Diante disso e do dólar valorizado, que eleva a paridade de exportação, muitos vendedores estão afastados do spot, e os ativos indicam preços maiores. Os compradores com necessidade imediata, por sua vez, precisam pagar valores maiores para conseguir fechar novos negócios. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 4,55%, cotado a R$ 5,04 por libra-peso, voltando aos patamares do encerramento de maio deste ano.
Na parcial de julho, o Indicador acumula alta de 7,6%. Em junho, a baixa havia sido de 7%. Em relatório divulgado no dia 8 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) seguiu estimando a área em 1,37 milhão de hectares em 2020/2021, 17,9% inferior à da safra passada. A produtividade de algodão em pluma foi prevista em 1.713 quilos por hectare (-4,9%), o que deve gerar 2,342 milhões de toneladas, com recuo de 22% sobre a oferta de 2019/2020. O consumo interno deve aumentar 19,2% frente à safra passada, para 715 mil toneladas. Com oferta e disponibilidade menores, as exportações poderão diminuir 5,6% em relação às da safra 2019/2020, para pouco mais de 2 milhões de toneladas. A projeção para o estoque final é de volume 21,4% menor que o excedente da temporada anterior. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,32 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,33 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em alta nos últimos dias, influenciados pela expectativa de recuperação da demanda global, pelo atraso no desenvolvimento das lavouras dos Estados Unidos e pelo fortalecimento do petróleo. O vencimento Outubro/2021 está cotado a 88,47 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 0,69% nos últimos sete dias. O contrato Dezembro/2021 está cotado a 88,16 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 0,87% na mesma comparação. O contrato de Março/2022 apresenta valorização de 0,72%, a 87,85 centavos de dólar por libra-peso, e o de Maio/2022, 0,59%, a 87,18 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 12 de julho pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam produção mundial 2020/2021 de 24,5 milhões de toneladas, 7,3% menor que a anterior. O consumo deve somar 25,8 milhões de toneladas, aumento de 15,3% em relação ao da safra 2019/2020. As importações estão previstas para crescerem 17,4% sobre as da safra anterior, indo para 10,4 milhões de toneladas em 2020/2021.
As exportações podem atingir 10,5 milhões de toneladas, elevação de 5,9%. Assim, o estoque mundial deve ser de 19,9 milhões de toneladas, queda de 6,5% frente à safra 2019/2020. Para a temporada 2021/2022, a produção global deverá ser 6,1% maior que a anterior, chegando em 26 milhões de toneladas. A produção nos Estados Unidos deve ser de 3,9 milhões de toneladas. O consumo global, por sua vez, pode crescer 3,8%, indo para 26,8 milhões de toneladas. Tanto as importações quanto as exportações podem somar 10 milhões de toneladas cada na safra 2021/2022, respectivas quedas de 4% e de 4,3% frente aos volumes da temporada anterior. O estoque mundial na safra 2021/2022 foi projetado em 19,1 milhões de toneladas, 4,2% abaixo do da anterior, pressionados pelas quedas da China e da Índia. Quanto ao preço médio da temporada 2021/2022 nos Estados Unidos, está previsto em 75,00 centavos de dólar por libra-peso, enquanto para a safra 2020/2021 está em 66,50 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.