03/Set/2021
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a indústria têxtil brasileira deve crescer 6% este ano para patamar superior ao reportado em 2019, antes da pandemia de Covid-19. A partir de maio, houve a retomada no consumo em graus diferentes conforme as categorias. As datas comemorativas relacionadas ao varejo foram boas e o inverno rigoroso também contribuiu. Há um quadro de otimismo moderado para um bom fim de 2021 em termos de consumo.
Os segmentos de confecção e vestuário também devem crescer, porém, ainda devem ficar em nível abaixo do reportado em 2019, com previsão de alta de 13% e 19%, respectivamente. Estes setores viram o consumo reduzir expressivamente no ano passado em meio à pandemia de Covid-19, mas vêm se recuperando lentamente. Algumas categorias, como roupas para festas e eventos, ainda enfrentam dificuldades com a permanência de restrições para conter a pandemia.
Categorias de cama, mesa e banho e vestuário continuam avançando. Entre os sinais de alerta que podem interferir nas previsões de consumo e desempenho da indústria têxtil, está o surgimento de novas variantes de Covid-19, como a Delta, a crise hídrica, o desemprego elevado e a redução do poder de compra do consumidor. Não há recomposição da massa salarial para acompanhar a inflação. São variáveis que tendem a ser acompanhadas de perto.
Há preocupação também da indústria têxtil com a disponibilidade de algodão para abastecimento do mercado doméstico diante da queda de 18% na produção brasileira na safra 2020/2021 para 2,34 milhões de toneladas. Será uma safra menor e há contratos para exportação fechados. A compra antecipada, adotada em grande parte pelo mercado exportador, é uma forma de operação comum entre grandes indústrias domésticas, mas inviáveis para grande parte das fábricas de pequeno e médio porte, que atuam com estoques mais curtos de acordo com consumo.
Destaca-se também o incremento dos custos de produção da indústria têxtil. Os preços refletem câmbio e cotações internacionais e continuam batendo forte na indústria brasileira. A pressão de custos continua forte. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) da indústria têxtil subiu mais de 30% nos últimos 12 meses. Para 2022, o cenário ainda está em aberto, pois é cedo para prever o que pode acontecer em 2022, que é ano eleitoral. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.