03/Set/2021
A expectativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é de que a área plantada com a pluma no País na safra 2021/2022 pelo menos repita o tamanho das lavouras semeadas na temporada 2020/2021. Os números serão apresentados no dia 23 de setembro. A expectativa inicial é de pelo menos manter a área plantada. Mas, isso vai depender da área semeada com soja e milho e da disponibilidade de fertilizantes. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a área plantada com algodão no País deve crescer 13,4% em 2021/2022 ante 2020/2021, para 1,548 milhão hectares. A projeção é de avanço de 15,8% na produção brasileira de algodão em 2021/2022 ante o ciclo 2020/2021, de 2,34 milhões de toneladas para 2,71 milhões de toneladas. Para a safra 2020/2021, que está sendo colhida, a Abrapa mantém a estimativa de produção de 2,3 milhões de toneladas. A colheita está atrasada, atingindo 78% da área plantada.
Da safra, 26% já foi beneficiada e a qualidade da fibra colhida é muito boa. A seca ajudou na qualidade. Quanto à comercialização, a Abrapa estima que 79,5% da temporada 2020/2021 foi comercializada e 35% da temporada 2021/2022. As vendas antecipadas estão aceleradas principalmente em Mato Grosso, maior produtor nacional da fibra. A exportação atingiu 2,39 milhões de toneladas em 2019/2020 (entre agosto de 2020 e julho de 2021), aumento de 23%, o que gerou superávit de US$ 3,7 bilhões aos produtores. Em relação aos fatores de mercado, que podem intervir na decisão de plantio em 2021/22, a expectativa é de retomada do consumo têxtil e de preços atrativos no mercado internacional. A perspectiva é manter o market share de segundo maior exportador do mundo em 2021 e 2022 e entre 6 e 7 anos atingir o status de maior exportador mundial de algodão. Contudo, os gargalos logísticos como o aperto na oferta de contêineres disponíveis preocupam o setor produtivo.
Há receio também com o volume disponível este ano para abastecimento do mercado interno. É preciso terminar o beneficiamento, avaliar que tipo de algodão foi colhido e voltar a conversar com indústria têxtil sobre a disponibilidade. A menor oferta preocupa. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) salientou que a perspectiva é de manutenção da boa rentabilidade ao cotonicultor em 2022, mesmo que os preços pagos pela pluma caíam dos níveis atuais. Os patamares de preços estão muito atrativos e o dólar favorece ganho em Reais. Os contratos antecipados para 2021/2022 giram muito próximos ou acima de 80,00 centavos de dólar por libra-peso. O otimismo com a recuperação do consumo e a perspectiva de bons níveis de rentabilidade devem favorecer a retomada de área na safra 2021/2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.