10/Set/2021
A comercialização de algodão no mercado interno avançou ao longo da última semana, mas ainda em nível abaixo do reportado em igual período de temporadas anteriores. Os volumes negociados ainda são pequenos e pontuais. A maior oferta disponível pressiona os preços da pluma. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,16% nos últimos sete dias. Na segunda-feira (06/09), o Indicador encerrou em R$ 5,34 por libra-peso, variação negativa de 0,02%. No mês, a queda também é de 0,16%. Na terça-feira (07/09), o Indicador não foi divulgado em virtude do feriado de 7 de setembro. Nos últimos sete dias, os preços registram recuo de 2,37%, quando o Indicador atingiu o maior valor nominal dos últimos 25 anos.
Parte da pressão veio das negociações levemente mais aquecidas. Os produtores nacionais têm elevado o volume de oferta de novos lotes no spot, no intuito de aproveitar os atuais valores da pluma. Tradings, atentas ao maior valor pago pela pluma no mercado brasileiro, ofertam maiores volumes no spot nacional. O preço pago pelo algodão no mercado interno foi, em média, 15,3% superior ao pago pelo mercado externo durante o período de 30 de agosto e 6 de setembro. Apesar da maior oferta de algodão disponível no mercado interno, com a reta final da colheita, os produtores continuam focados no cumprimento de acordos fechados previamente e fábricas no recebimento da pluma contratada. A maior parte dos produtores está capitalizada e pede valores acima do Indicador Cepea/Esalq. O nível de comprometimento dos produtores com barter e tradings é bastante elevado somado à situação de quebra de safra.
Por outro lado, os produtores com necessidade de capitalização imediata para pagamento de custos como mão de obra, energia, operação de máquinas agrícolas e combustível se desfazem de lotes de pequeno volume. Esse produtor está fazendo contratos pequenos de 3 a 4 cargas (27 toneladas cada) para fazer caixa rápido com pagamento sobre rodas e abaixo do Cepea/Esalq. Do lado da demanda, as fábricas domésticas administram seus estoques e adquirem fibra da mão para boca na expectativa de arrefecimento dos preços ao longo do mês. A comercialização ocorre por meio de tradings que compraram pluma antecipadamente dos produtores. Tradings indicam 1.050 pontos acima da Bolsa de Nova York, mas ainda abaixo do Esalq e indicado pelo produtor. Esses negócios podem pressionar os preços locais e produtores talvez tenham de acompanhar o patamar mais baixo.
Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão registram alta de 1,93% nos últimos sete dias. Nesta quarta-feira (08/09), os contratos fecharam perto da estabilidade. O vencimento dezembro da pluma ganhou 3 pontos (0,03%), e fechou a 94,08 centavos de dólar por libra-peso. A piora da qualidade das lavouras nos Estados Unidos foi contrabalançada pelo fortalecimento do dólar ante as principais moedas. Na segunda-feira (06/09), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 61% da safra de algodão do país apresentava condição boa ou excelente até o dia 5 de setembro, uma piora de 9% ante a semana anterior. Essa piora foi causada pela passagem do furacão Ida no Sudeste dos Estados Unidos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.