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15/Set/2021

Tendência de baixa do algodão com oferta maior

Os preços da pluma seguem em queda no Brasil, influenciados pelo crescimento na oferta no spot nacional e por desvalorizações externas. Mesmo assim, a liquidez não é expressiva, o que pode estar atrelado às oscilações do dólar nos últimos dias. Os compradores vêm pressionando os valores pagos por novos lotes, sinalizando dificuldades em repassar os atuais custos para os produtos manufaturados. Alguns vendedores, por sua vez, cedem e negociam novos lotes a preços um pouco menores, enquanto outros se voltam ao beneficiamento e se atentam aos dados sobre oferta e demanda mundial. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,51% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,31 por libra-peso. Na parcial de setembro, o Indicador acumula baixa de 0,67%. A média é de R$ 5,35 por libra-peso, 1,8% maior que a média de agosto/2021 e 69% acima da média de setembro/2020, em termos nominais e a maior de toda a série histórica. Em termos reais (valores corrigidos pelo IGP-DI, base agosto/2021), a média deste mês é 33,8% superior à de setembro/2020.

A média deste mês do Indicador está 13,6% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,69 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,70 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos da Bolsa de Nova York estão em baixa, pressionados pela desvalorização do petróleo e por estimativas indicando maiores produção e estoques nos Estados Unidos para a safra 2021/2922. O primeiro vencimento (Outubro/2021) registra recuo de 1,27% nos últimos sete dias, indo para 94,41 centavos de dólar por libra-peso; e o Dezembro/2021, 1,32%, a 92,81 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2022 está cotado a 91,96 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,39% no mesmo período, e o Maio/2022, a 91,60 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 1,24%. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 9 de setembro indicam área nacional na safra 2020/2021 de 1,37 milhão de hectares, aumento de 0,4% sobre o relatório anterior, mas 17,7% inferior à da temporada 2019/2020.

A produtividade e a produção também cresceram em relação ao relatório anterior, em respectivamente 0,33% e 0,72%, indo para 1.720 quilos por hectare (4,6% abaixo da temporada anterior) e 2,357 milhões de toneladas (21,5% menor que a da safra passada). O consumo doméstico continua sendo estimado em 715 mil toneladas, e as exportações em 2021, em 2,1 milhões de toneladas, respectivos 19,2% acima e 1,2% abaixo dos da safra 2019/2020. O estoque final para esta temporada está previsto em 1,31 milhão de toneladas, alta de 1,3% frente ao indicado em agosto, mas ainda 25,9% inferior ao da temporada passada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 10 de setembro, estimou produção mundial 2020/2021 em 24,47 milhões de toneladas, volume 7,4% abaixo da anterior. O consumo deve somar 26,5 milhões de toneladas, aumento de 16,4% em relação ao da safra 2019/2020. As importações estão previstas para crescerem 20,1% sobre as da safra anterior, indo para 10,65 milhões de toneladas em 2020/2021.

As exportações podem atingir 10,55 milhões de toneladas, elevação de 17,6%. Assim, o estoque mundial deve ser de 19,9 milhões de toneladas, queda de 7% frente ao da safra 2019/2020. Para a temporada 2021/2022, é estimado que a produção global cresça 6,4%, chegando a 26,04 milhões de toneladas. A produção dos Estados Unidos foi elevada 7,2% em relação ao relatório anterior, para 4,03 milhões de toneladas, passando a ficar 26,7% acima da safra 2020/2021. Também houve estimativas de maior oferta para a Austrália, ficando 6,8% maior que a prevista em agosto, e expressivos 67,7% acima da registrada na temporada passada. Isto indica maiores concorrências nas exportações brasileiras, pois os dois países estão entre os grandes exportadores mundiais. O lado positivo é que o consumo em 2021/2022 deve crescer 3,8% sobre a safra anterior, indo para 27,03 milhões de toneladas. Assim, o consumo deve superar a oferta. Nas importações, China, Turquia e Bangladesh deverão reduzir suas compras externas, enquanto Vietnã, Paquistão, Indonésia e Índia poderão aumentar as aquisições.

No agregado, espera-se exportação 4,4% abaixo da registrada em 2020/2021, para 10,18 milhões de toneladas. No atendimento das importações, esperam-se maiores volumes exportados apenas por Austrália e Mali, com estabilidade para Benin e queda nos demais países. A estimativa é que o Brasil exporte 25,6% a menos, o que é resultado da menor oferta que está sendo colhida e beneficiada atualmente. O estoque mundial na safra 2021/2022 foi projetado em 18,87 milhões de toneladas, 5,1% abaixo do anterior. A relação estoque final/consumo deverá voltar a ficar abaixo de 70%, a menor relação desde a temporada 2018/2019. Quanto ao preço médio da temporada 2021/2022 nos Estados Unidos, está previsto em 84,00 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 5% frente ao mês passado (80,00 centavos de dólar por libra-peso); já o da safra 2020/2021 permaneceu estável, em 66,50 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.