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29/Set/2021

Mercado com baixa liquidez e comprador retraído

Mesmo diante do crescimento da oferta de algodão no mercado interno, as negociações envolvendo a pluma estão mais lentas, devido à disparidade entre os valores de vendedores e de compradores. Enquanto os produtores, atentos às recentes valorizações externas, se afastam do spot e/ou buscam realizar negócios a preços maiores, os compradores estão resistentes em aceitar os reajustes, justificando dificuldades em repassar novos custos aos seus manufaturados. No geral, as indústrias trabalham com os volumes recebidos por meio de contratos, mas demandantes também buscam se programar com contratos a termo para os próximos meses. O fato é que, nos últimos dias, os contratos futuros negociados na Bolsa de Nova York estão avançando com certa força, recuperando as perdas que vinham sendo registradas até o início da semana passada.

Assim, os contratos Outubro/2021 e Dezembro/2021 operam atualmente nos maiores patamares desde o início de suas negociações, em novembro de 2018 e em janeiro de 2019, respectivamente. Considerando-se um primeiro vencimento, os contratos registram os preços mais altos desde 20 de janeiro de 2012. O impulso vem da expectativa mais positiva de manutenção do consumo chinês, de compras de oportunidade e de altas no preço do petróleo. O vencimento Outubro/2021 registra alta de 10,03% nos últimos sete dias e, no mês, de 5,32%, a 98,91 centavos de dólar por libra-peso. O contato Dezembro/2021 apresenta avanço de 10,14% no período de sete dias e de 5,97% no mês, a 98,05 centavos de dólar por libra-peso.

O vencimento Março/2022 está cotado a 96,82 centavos de dólar por libra-peso, respectivos aumentos de 9,54% nos últimos sete dias e de 5,5% no mês; o Maio/2021 está cotado a 95,79 centavos de dólar por libra-peso, altas de 8,73% nos últimos sete dias e 4,79% no mês. As reações no mercado externo favorecem as efetivações de contratos a termo no Brasil. Por enquanto, ainda não há impactos expressivos sobre a paridade de exportação, considerando-se o Índice Cotlook A. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,81 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,82 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

As médias da parcial deste mês estão em R$ 4,71 por libra-peso FOB Porto de Santos (SP) e em R$ 4,72 por libra-peso FOB Porto de Paranaguá (PR), 1,7% acima das médias de agosto/2021. No físico nacional, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 5,26 por libra-peso, alta de 1,07% nos últimos sete dias, mas queda de 1,6% na parcial de setembro. Apesar disso, a média da parcial deste mês, de R$ 5,28 por libra-peso, ainda é a maior nominal de toda a série histórica, além de estar 12% acima da paridade de exportação. Em termos reais (valores corrigidos pelo IGP-DI, base agosto/2021), a alta é de 34,49% em um ano. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita da safra 2020/2021 foi finalizada no Brasil.

O beneficiamento, até o dia 26 de setembro, somava 52% da produção, estimada em 2,32 milhões de toneladas. Dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) mostram que, até o dia 27 d setembro, 351,65 mil toneladas foram vendidas para o mercado interno e 434,66 mil toneladas, para exportação. Os contratos para exportação com opção para o mercado interno somam 98,85 mil toneladas. Assim, ao menos o total de 885,16 mil toneladas já teriam sido vendidas, o que representa cerca de 38,2% da produção estimada para o Brasil. Dados do Departamento de Alfândegas da China (GACC) indicam que, em agosto/2021, o País importou 90 mil toneladas de algodão em pluma, volume 35,7% menor que o volume de julho/2021 e o de agosto/2020. De janeiro a agosto de 2021, a China importou 1,78 milhão de toneladas, 49,6% a mais que no mesmo período de 2020 (1,19 milhão de toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.