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30/Set/2021

Preço do algodão sobe no Brasil com alta externa

Puxados pela alta dos contratos futuros na Bolsa de Nova York, os preços do algodão reverteram a queda e vêm avançando no mercado interno nos últimos dias. A alta das cotações internacionais, que atingiram máximas históricas, também estimula o fechamento de novos negócios. Os produtores cumprem contratos e estão mais ativos, especialmente nas vendas futuras envolvendo a safra 2021/2022 buscando realizar negócios a valores maiores diante da alta externa da fibra. Os preços domésticos, que vinham em queda por quatro semanas consecutivas, acompanharam a valorização externa e estão operando em alta. O Indicador de preço do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), com pagamento em 8 dias, alcançou, no dia 28 de setembro, o maior nível dos últimos 12 pregões, encerrando a R$ 5,33 por libra-peso, alta de 1,25%. Nos últimos sete dias especificamente, o Indicador registra alta de 2,8%, enquanto no mês, ainda há queda de 0,36%.

Contudo, os compradores estão resistentes em aceitar os reajustes dos preços, justificando dificuldades em repassar novos custos aos seus manufaturados. No geral, as indústrias trabalham com os volumes recebidos por meio de contratos, mas demandantes também buscam se programar com contratos a termo para os próximos meses. No início desta semana, diante da oscilação brusca das cotações na Bolsa de Nova York, os agentes ficaram retraídos dos negócios. Os compradores não estão conseguindo formar preços. O mercado está muito agitado e volátil com a Bolsa de Nova York e o câmbio. Isso gera insegurança para a fábrica formar preços. Há variações de 200 a 300 pontos nos contratos futuros. A partir desta quinta-feira (30/09), a expectativa é de que, com uma provável retomada da estabilidade na Bolsa de Nova York, o mercado volte a ter liquidez.

Antes das oscilações na Bolsa de Nova York, as fábricas estavam comprando, assumindo posições e os produtores estavam liberando volumes de pluma. A instabilidade dos preços também afasta os produtores que buscam avaliar a tendência e direção das cotações. Em contrapartida, as reações no mercado externo favorecem as efetivações de contratos antecipados com entrega na safra 2021/2022, que será colhida a partir de agosto do ano que vem. Os produtores querem aproveitar os valores para travar negócios a termo principalmente para tradings para exportação. No mercado de exportação, os embarques estão atrasados na comparação com igual período do ano passado em virtude do retardamento na colheita, porém sendo cumpridos pelos vendedores. Há também maior oferta disponível no mercado diante do progresso no beneficiamento da pluma da safra 2020/2021.

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita foi praticamente finalizada no País com 99,8% da área retirada e o beneficiamento atingia 52% da produção até o dia 23 de setembro. A produção da temporada é estimada em 2,32 milhões de toneladas. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão continuaram sustentados nesta quarta-feira (29/09), acima dos 101,00 centavos de dólar por libra-peso, após atingirem na terça-feira (28/09) o maior patamar desde janeiro de 2012. Os ganhos são impulsionados pelo atraso da colheita nos Estados Unidos e pelo avanço das exportações do País. Com a alta, as cotações externas recuperam as perdas que vinham sendo registradas até o início da semana passada. Os contratos Outubro/2021 e Dezembro/2021 operam atualmente nos maiores patamares desde o início de suas negociações, em novembro de 2018 e em janeiro de 2019, respectivamente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.