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06/Out/2021

Índia: projeção de produção menor do que o USDA

A produção de algodão na Índia pode ser bem menor do que a estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Enquanto o USDA projeta produção de 3,5 milhões de toneladas, o governo indiano fala em 1,5 milhão de toneladas. Caso a safra na Índia abaixo do esperado se concretize, o balanço (de oferta e demanda) pode ficar mais apertado e o país pode exportar menos. As chuvas de monções foram irregulares na Índia e, nas últimas semanas, provocaram inundações no Estado de Gujarate, importante produtor de algodão, favorecendo o aparecimento da lagarta rosada. Há perspectiva de um clima mais seco do que o normal nos Estados Unidos nos próximos três meses, o que, se confirmado, beneficiaria as lavouras.

Em setembro, o USDA elevou sua estimativa de produção de algodão dos Estados Unidos para 4,03 milhões de toneladas (ante 3,76 milhões de toneladas em agosto), volume que, se confirmado, será o terceiro maior em dez anos. No Brasil, a perspectiva de estoque de algodão em junho de 2022 é de 168 mil toneladas, ante 281 mil toneladas em junho deste ano. O cálculo considera uma estimativa de exportação de 1,8 milhão de toneladas. Chama a atenção o fato de que, caso as exportações sejam maiores, tal qual prevê a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), de 1,875 milhão de toneladas, os estoques finais de algodão em 2022 serão ainda mais baixos, de 44 mil toneladas.

Apesar de as cotações estarem sustentadas neste momento, com a demanda pela fibra extremamente alta na Ásia mesmo com o fechamento de fábricas decorrente da crise energética na China, é preciso acompanhar os desdobramentos da recuperação econômica no mundo, em especial nos Estados Unidos. Atualmente, há perspectiva de consumo global em 2021/2022 de 27,03 milhões de toneladas, superior à produção prevista, de 26,04 milhões de toneladas. A demanda está sustentando os preços, mas, para continuar assim, depende da recuperação mundial econômica.

Há expectativa de crescimento da economia nos Estados Unidos, o que poderia implicar aumento da taxa básica de juros no país e eventual redução da demanda por algodão, ainda que o Fed (o banco central dos Estados Unidos) sinalize que não irá conter a expansão econômica porque o desemprego norte-americano segue sendo alto. Outro ponto de atenção é a curva ascendente de vítimas fatais de Covid-19 nos Estados Unidos, com a terceira onda da doença no país. Se essa curva continuar subindo nos Estados Unidos, pode comprometer a demanda por algodão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.