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06/Out/2021

Preço global avança com a forte demanda chinesa

Os futuros de algodão negociados na Bolsa de Nova York estão sendo negociados em seu nível mais alto desde setembro de 2011. O movimento é impulsionado pela crescente demanda chinesa, que vem sendo atendida, em parte, pelo aumento das exportações dos Estados Unidos, após um acordo firmado entre os países. Na segunda-feira (04/10), o vencimento dezembro da pluma subiu 40 pontos (0,38%), para 104,93 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos dez pregões os preços subiram 18% e essa alta pode se refletir também nos custos do setor de vestuário. A pluma mostra os efeitos, muitas vezes inesperados, que a política comercial pode ter sobre os preços. Em 2020, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, baniu algodão e produtos de algodão do principal produtor chinês por alegações de trabalho forçado na região noroeste de Xinjiang, onde o governo chinês tem perseguido o povo uigur, em grande parte muçulmano, como parte da maior detenção em massa de um grupo minoritário desde a segunda guerra mundial.

Apesar disso, as empresas norte-americanas ainda podem importar produtos de algodão feitos na China desde que a pluma utilizada nas produções seja originária de outro lugar. Desde então, a China está importando algodão, em grande parte dos Estados Unidos, para fabricar produtos e despachá-los de volta para o país. O apetite da China por importações de algodão está, em parte, sendo preenchido pelo algodão produzido nos Estados Unidos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o ritmo das vendas de exportação de algodão para o país, desde o início do novo ano de comercialização em 1º de agosto, é 83 % maior do que na temporada anterior. Se não se pode usar a pluma produzida em Xinjiang, é preciso importar muito mais algodão e fios. A China está suprindo suas necessidades da pluma também por outros países exportadores importantes, como a Índia.

Em um discurso na segunda-feira (04/10), a representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, afirmou que o país planeja iniciar uma nova rodada de negociações comerciais com a China, mantendo as tarifas sobre as importações chinesas. De acordo com a previsão mais recente do USDA, o consumo de algodão no gigante asiático, no atual ano de comercialização, deve ser de 41 milhões de fardos, o equivalente a cerca de 8,9 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 24% em comparação com as duas últimas temporadas, impulsionado em parte por um aumento pós-pandêmico na demanda por bens de consumo de modo geral. Fundos de investimento elevaram suas posições compradas, apostando na alta dos preços do algodão na Bolsa de Nova York, segundo a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), em relatório divulgado no dia 1º de outubro. O otimismo acontece à medida que os fazendeiros dos Estados Unidos começam a colher suas safras.

O USDA informou que a safra de algodão em todo o país está 13% concluída e 62% dela está em boas ou excelentes condições, ante 40% registrado na temporada anterior. As condições estão boas, então a colheita deve permanecer positiva. Além disso, a China se tornou mais atuante no mercado mundial. Os Estados Unidos podem oferecer o volume e a qualidade do algodão que a China deseja. Ainda assim, o apetite da China por pluma e outras culturas pode se esgotar. Os cortes de energia atingiram as províncias chinesas, com o governo, em alguns casos, forçando o fechamento de fábricas para economizar energia. O Escritório Nacional de Estatísticas de Pequim informou que a atividade manufatureira do país contraiu em setembro, encerrando uma sequência de expansão de 18 meses. O racionamento de energia deve restringir a atividade industrial até que a demanda diminua o suficiente para trazer o mercado doméstico de eletricidade de volta ao equilíbrio. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.