27/Out/2021

Depois de atingir a casa dos R$ 6,00 por libra-peso no dia 11 deste mês, recorde nominal da série histórica do Cepea, o valor da pluma caiu nos dias seguintes e, mais recentemente, passou a operar perto da estabilidade, na casa dos R$ 5,90 por libra-peso. Esse cenário se deve à acirrada disputa entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores, que, além de manter estável a média dos preços, limita os negócios realizados no spot nacional. No geral, os vendedores estão atentos às valorizações externas e do petróleo. Os produtores também estão focados na finalização do beneficiamento e no cumprimento de contratos antecipados, especialmente ao mercado externo, e preocupados com os elevados custos de produção no campo. Os compradores estão receosos com o fragilizado poder de compra da população, que tende a desaquecer primeiramente o mercado têxtil.

Esses agentes seguem apontando dificuldades no repasse dos elevados preços da matéria-prima aos fios e manufaturados. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 5,91 por libra-peso, leve alta de 0,19% nos últimos sete dias, e avanço de 4,4% na parcial de outubro. A média da parcial deste mês, de R$ 5,90 por libra-peso, está 11,1% maior que a média de setembro/2021 e 61,9% acima da de outubro/2020, em termos nominais. Além disso, trata-se da maior média nominal da série histórica. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 5,59 por libra-peso (100,87 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 5,60 por libra-peso (101,06 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os contratos estão sustentados pela valorização do petróleo e pela expectativa de maior inflação, o que atrai investidores para commodities agrícolas. O vencimento Dezembro/2021 está cotado a 108,54 centavos de dólar por libra-peso, reação de 1,40% nos últimos sete dias. Março/2022 está cotado a 106,56 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 1,53%. O contrato Maio/2022 registra valorização de 1,38% nos últimos sete dias, a 105,51 centavos de dólar por libra-peso, e Julho/2022 tem alta de 1,6% no mesmo comparativo, a 104,17 centavos de dólar por libra-peso. Quanto às exportações brasileiras, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que 141,9 mil toneladas de algodão foram embarcadas nos primeiros 15 dias de outubro, volume 1,2% acima do registrado em todo o mês de setembro, mas 41,2% inferior ao de outubro/2020. A média diária de embarques está em 9,46 mil toneladas.

O preço médio está em 78,18 centavos de dólar por libra-peso em outubro (ou R$ 4,31 por libra-peso, ao considerar a média do dólar deste mês, de R$ 5,51), aumentos de 1,7% frente ao mês anterior e de 14,2% em um ano. Esse preço de exportação está 27% inferior ao verificado no spot nacional (média do Indicador até o dia 25 de outubro). Dados do Departamento de Alfândegas da China (GACC) mostram que, em setembro/2021, o País importou 70 mil toneladas de algodão em pluma, volume 22,2% menor que o de agosto/2021 e 66,7% abaixo do de setembro/2020. De janeiro a setembro de 2021, a China importou 1,85 milhão de toneladas, 32,1% a mais que no mesmo período de 2020 (1,4 milhão de toneladas), mas os baixos volumes importados nos meses recentes vêm preocupando agentes. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.