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28/Out/2021

Preços do algodão estáveis no mercado brasileiro

A negociação de algodão no mercado interno está avançando. A maior parte dos lotes comercializados no spot, contudo, são volumes de pluma com qualidade inferior ao ofertado nos contratos antecipados, em virtude dos problemas climáticos que afetaram a safra 2020/2021. Em contrapartida, negócios evolvendo fibra com características superiores são pontuais e a disponibilidade destas cargas é pequena. O mercado está aquecido em relação à semana anterior. A negociação não está tão dinâmica como em outras safras, mas negócios estão ocorrendo. Os produtores comercializam especialmente os volumes de qualidade inferior que não estão de acordo com os contratos firmados para exportação. A maioria dos lotes disponíveis tem alguma característica, cor, brilho ou HVI abaixo do especificado para venda externa.

Aqueles produtores que possuem fibra de melhor qualidade seguram os lotes para comercializar na entressafra. Em Mato Grosso, os contratos são efetivados por indústrias locais e os preços variam de R$ 205,00 a R$ 208,00 por arroba, para retirada na região sul do Estado. Os valores se mantêm estáveis. Estes patamares estão acima do Indicador de preço do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) que está cotado a R$ 194,92 por arroba posta na região metropolitana de São Paulo, com pagamento em 8 dias para algodão em pluma tipo 41-4, considerado padrão. A valorização acima do Cepea deve-se ao baixo volume disponível no spot. O Indicador Cepea está cotado a R$ 5,89 por libra-peso, recuo de 0,57% nos últimos sete dias, enquanto no mês há alta de 4,02%.

As cotações estão operando perto da estabilidade, próximo do patamar de R$ 5,90 por libra-peso. Esse cenário se deve à acirrada disputa entre os valores indicados por vendedores e compradores, que, além de manter estável a média dos preços, limita os negócios realizados no spot nacional. Em Mato Grosso, negócios envolvendo lotes de qualidade superior são esporádicos. Os valores indicados por tradings estão atrativos com entregas para janeiro e fevereiro, contudo não são efetuadas novas vendas em virtude da dificuldade de encontrar ofertas de fibra com qualidade superior. Trading está competitiva, mas prefere algodão de melhor qualidade. Não há referências de valores indicados para compras por tradings. Para a safra 2021/2022, que é plantada no início do ano que vem após a soja, a comercialização é pontual. Ocorrem apenas negócios envolvendo barter (troca por insumos) e de volumes necessários para travar o custo de produção da safra.

O produtor está retraído, em virtude de ainda não ter semeado a lavoura e da volatilidade do mercado. Em relação à temporada 2022/2023, não há indicações de compra ou venda da fibra futura. A venda antecipada para fixação de custos decorre em parte da elevação do custo para produzir a pluma. Os produtores estão preocupados com os elevados custos de produção no campo. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) revelou que a relação de troca entre insumos e algodão vem se deteriorando para o agricultor de Mato Grosso. Em setembro deste ano eram necessárias 30,61 arrobas de pluma para adquirir 1 tonelada de cloreto de potássio (KCl), principal adubo utilizado na cotonicultura, avanço de 75,58% ante igual período do ano passado, quando 17,44 arrobas supriam o custo de compra de 1 tonelada de KCl. Reflexo da alta no preço dos insumos.

O produtor que deixou para comprar a maior parte dos insumos neste período poderá ter sua margem mais estreita nesta safra. O Imea estima que sejam semeados 1,09 milhão de hectares com algodão no Estado na safra 2021/2022, 13,32% mais que na temporada anterior. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão acompanharam a desvalorização do petróleo nas bolsas internacionais e recuaram 0,2% entre os dias 21 e 27 de outubro. Em um mês, ainda há alta de 13%. Nesta quarta-feira (27/10), o vencimento dezembro da pluma, o mais líquido, ganhou 181 pontos (1,66%), e fechou a 110,52 centavos de dólar por libra-peso, puxado pelo enfraquecimento do dólar ante uma cesta de moedas estrangeiras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.