04/Nov/2021

O mercado interno de algodão mantém o ritmo lento de negócios. O feriado prolongado de Finados, no dia 2 de novembro, contribuiu para o esvaziamento das negociações. Compradores e vendedores estão pouco ativos no spot. Diante da safra menor, há baixa disponibilidade de pluma no spot, o que sustenta os preços do produto. O Indicador de preço do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 5,98 por libra-peso. Nos últimos sete dias, o Indicador registra avanço de 1,60%. Os valores do algodão em pluma acumularam alta de quase 4,96% em outubro. O aumento ocorreu mesmo com a finalização da colheita, o avanço do beneficiamento e o pontual enfraquecimento dos preços observados na segunda quinzena do mês.

Este foi o quarto mês seguido de valorização da pluma no mercado brasileiro, e o movimento esteve atrelado às sustentações dos preços internacionais, que operaram nos maiores patamares dos últimos 10 anos, e da paridade de exportação. Diante da oferta restrita no mercado nacional, os poucos lotes disponíveis têm valorização superior em dólar ao valor pago internamente, considerando o indicador Cepea e a alta do dólar frente ao Real. E, com isso, estes lotes são destinados à exportação. A negociação está muito lenta. Há pouco produto no mercado e quando surge algum lote é enviado para exportação porque o preço está superior. Há demanda por fibra por parte das tradings, especialmente para lotes de boa qualidade, mas a oferta é pontual. Está muito difícil encontrar produto no mercado. Às vezes, aparece um lote de qualidade inferior. De qualidade superior, raramente parece. Predominam os lotes de baixa qualidade.

Outro fator que mantém a comercialização lenta é a baixa demanda por algodão pelas têxteis domésticas. A procura dos compradores é pequena. Algumas fábricas já falam em férias para dezembro. As indústrias alegam que estão abastecidas ou com necessidade pontual de volume a ser adquirido até o fim do ano. Nesses valores atuais, a indústria não compra porque não têm condições de repassar o atual preço do algodão em pluma para o produto final. As vendas futuras envolvendo algodão da safra 2021/2022 também pouco fluem. No momento, as negociações antecipadas estão paradas com apenas contratos pontuais sendo firmados. Tem muito algodão que já foi vendido. A temporada 2021/2022 começou a ser plantada no País e os agentes estão otimistas com as boas condições para plantio e expansão projetada de área. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.