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18/Nov/2021

Negociação é lenta com compradores abastecidos

A negociação de algodão no mercado interno evolui pouco. Ao longo da última semana, a comercialização, que já vinha fraca, ficou ainda mais pontual e restrita a volumes pequenos. Tanto produtores quanto compradores estão pouco ativos na mesa de negócios em virtude da proximidade do fim do ano. Os preços acompanham a valorização externa da pluma e continuam fortalecidos, na casa dos R$ 6,00 por libra-peso. O Indicador de preço do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), com pagamento em oito dias, encerrou ontem a R$ 6,03 por libra peso. Na semana, o Indicador cedeu 0,16%. No mês, a alta é de 1,43%. Há uma relativa estabilidade no Indicador desde o início deste mês, em virtude da disputa acirrada entre vendedores e compradores quanto aos preços negociados. Ressalta-se que muitos vendedores seguem com as atenções voltadas ao beneficiamento, ao cumprimento de contratos e ao início da semeadura da próxima safra.

A perspectiva é de que o mercado siga a passos lentos até o fim do ano. Agora, os agentes pensam em mercado a partir de janeiro e querem esperar para ver o comportamento dos preços. A maior parte das fábricas domésticas está abastecida com estoques suficientes até o fim deste ano, considerando que a partir da metade de dezembro tendem a entrar em recesso coletivo e que há maior dificuldade na contratação de frete. Ainda não estão cobertas para o ano que vem porque os preços não param de subir. Os compradores alegam que se for para comprar fibra cara, compram no momento do uso. As têxteis também se concentram no recebimento de contratos fechados antecipadamente e que ainda estão sendo entregues em meio à conclusão do beneficiamento da safra 2020/2021, que alcançou 85% no dia 11 de novembro. É esse algodão que está fazendo a fábrica rodar e que foi comprado bem mais barato que os preços negociados atualmente para garantir a cobertura de estoques para o segundo semestre.

O algodão recebido pelas indústrias, adquirido em meados de abril e maio deste ano, foi comprado entre R$ 4,10 e R$ 4,80 por libra-peso ante os mais de R$ 6,00 por libra-peso praticados atualmente. Outro fator que limita a negociação é o fato de os preços pagos pelo mercado externo estarem mais atrativos que os pagos pela indústria local. Contudo, as tradings também estão pouco ativas no fechamento e na procura de lotes para novos contratos. Não há propostas firmes de compra. Estão embarcando o que já foi negociado. Problemas logísticos para exportação como dificuldade de acesso a contêineres inibem um eventual interesse na aquisição de lotes adicionais. No exterior também não há grande procura para negócios volumosos. Do lado dos produtores, há baixa oferta de pluma disponível. Além disso, os produtores estão capitalizados e preferem postergar eventuais vendas para 2022 por questões de tributação do imposto de renda.

A ideia é manter a cautela. Todos os agentes estão voltados em entregar o que foi acordado, observando se os preços internacionais irão se sustentar nos atuais níveis e qual será o comportamento do câmbio. A retração dos compradores e vendedores se repete na comercialização antecipada envolvendo lotes da safra 2021/2022, que está sendo plantada, e 2022/2023. Para 2021/2022, praticamente todo volume que seria negociado antecipadamente já está travado. Em relação à temporada 2022/2023, falta acordo entre agentes quanto aos preços. Os compradores indicam em basis de 100 pontos para lotes para exportação 2022/2023, enquanto os vendedores falam em basis de 300 a 400 pontos. Os compradores não têm interesse em lotes neste nível de preços. Com essa incerteza das cotações, a negociação evolui pouco. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.