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18/Nov/2021

Tendência de preços estáveis em altos patamares

Desde o dia 4 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, com pagamento em 8 dias, opera pouco acima dos R$ 6,00 por libra-peso. No dia 8 de novembro, especificamente, atingiu a máxima nominal, de R$ 6,06 por libra-peso. No geral, esta relativa estabilidade se deve à disputa acirrada entre vendedores e compradores quanto aos preços de negociação. Apesar desse desacordo sobre preços entre os agentes, a liquidez está um pouco maior no mercado spot nacional nos últimos dias. Alguns demandantes precisam da pluma para necessidade imediata, ao passo que parte dos vendedores cede quanto aos preços, possibilitando o fechamento de negócios. Ressalta-se que muitos vendedores seguem com as atenções voltadas ao beneficiamento, ao cumprimento de contratos e ao início da semeadura da próxima safra. Assim, na parcial deste mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra avanço de 1,43%, mas, nos últimos sete dias, há leve queda de 0,51%, a R$ 6,03 por libra-peso.

A média da parcial deste mês, de R$ 6,02 por libra-peso, é um recorde nominal, mas ainda está 1,6% abaixo da paridade de exportação. Em termos reais, a média atual do Indicador está 30,97% acima da média de novembro/2020 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI, base em outubro/2021). As exportações de algodão em pluma somam 102,6 mil toneladas em oito dias úteis de novembro, o que já representa 50,5% do que foi embarcado no total do mês anterior. A atual média diária de exportação está em 12,8 mil toneladas, contra 10,1 mil toneladas em outubro/2021 e abaixo das 16,7 mil toneladas de novembro/2020. Caso esse ritmo se mantenha, novembro poderá ter a maior quantidade exportada em cerca de oito meses. Desde fevereiro/2021, os preços médios para exportação se mantêm acima dos verificados nos respectivos meses de 2020.

Considerando-se o dólar médio a R$ 5,52, o preço de exportação de novembro está em 78,53 centavos de dólar por libra-peso (R$ 4,33 por libra-peso), altas de 0,9% frente aos preços de outubro/2021 e de 15,39% em relação ao de novembro/2020. Estimativa divulgada neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica área brasileira na temporada 2021/2022 de 1,5 milhão de hectares, 9,3% maior que na safra anterior. A produtividade deve crescer 3,1%, a 1.772 quilos por hectare, o que resultaria em crescimento de 12,6% na produção frente à safra anterior, totalizando 2,65 milhões de toneladas. Os números estão próximos dos indicados no relatório de outubro. Chuvas de forma mais regular favorecem a semeadura do algodão de 1ª safra, que ocorre entre outubro e dezembro. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 9 de novembro, estimou produção mundial na temporada 2021/2022 em 26,52 milhões de toneladas, volume 8,6% acima do observado na safra passada.

Para o Brasil, especificamente, a oferta foi aumentada em 5,6% frente ao mês anterior, para 2,87 milhões de toneladas, e deve ser 22% maior que a da safra 2020/2021. O consumo mundial é previsto em 27,02 milhões de toneladas, elevação de 2,7% em relação ao da safra 2020/2021. Houve reajuste positivo na demanda da Índia, do Paquistão e de Bangladesh frente ao relatório do mês passado. As importações mundiais, por sua vez, estão previstas para caírem 4,9%, indo para 10,15 milhões de toneladas em 2021/2022. As exportações globais, por sua vez, podem somar 10,147 milhões de toneladas, retração de 3,7%. As exportações brasileiras devem totalizar 1,76 milhão de toneladas na safra 2021/2022, 1,3% acima dados indicados em outubro, mas 26,4% inferior ao volume exportado na temporada 2020/2021. O estoque mundial deve ser de 18,928 milhões de toneladas, queda de 2,6% frente ao da safra 2020/2021.

Os dados de estoques do Brasil, dos Estados Unidos e da Austrália tiveram reajustes positivos frente ao relatório de outubro/2021, enquanto os da Índia e do Paquistão, negativos. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 6,10 por libra-peso (111,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e a R$ 6,11 por libra-peso (111,35 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em alta, influenciados pelo atraso na colheita norte-americana e pela redução na estimativa dos estoques globais. O vencimento Dezembro/2021 registra valorização de 1,23% nos últimos sete dias, a 117,98 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2021 apresenta avanço de 1,62% no mesmo período, indo para 115,13 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2022 acumula alta de 1,61% nos últimos sete dias, a 113,52 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2022, alta de 1,04%, a 110,03 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.