24/Nov/2021

Os preços internos do algodão estão, há quatro dias consecutivos, renovando os patamares máximos nominais da série histórica do Cepea, tendo como suporte a paridade de exportação. Isso porque, mesmo diante dos recordes nominais no Brasil, os valores para exportação ainda estão acima dos domésticos, o que leva vendedores a permanecerem firmes nos preços pedidos para novas negociações. Do lado comprador, parte das indústrias se mantém recuada, trabalhando com a matéria-prima já contratada e/ou em estoques. Algumas unidades, contudo, necessitam repor estoques para atender a necessidades imediatas, e esses agentes acabam cedendo nos valores pagos para conseguir efetivar novas aquisições, sobretudo quando envolvem a pluma de melhor qualidade. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra avanço de 1,55% nos últimos sete dias, e de 3% na parcial do mês, a R$ 6,12 por libra-peso, novo recorde da série do Cepea.

A média da parcial deste mês, de R$ 6,04 por libra-peso, também é um recorde nominal, sendo 2,55% acima da média de outubro/2021. Em termos reais, a média atual do Indicador está 31,45% superior à de novembro/2020 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI, base em outubro/2021). O preço no Brasil está, em média, 1,7% inferior à paridade de exportação na parcial de novembro. Em novembro, o Indicador à vista registra média de 108,99 centavos de dólar por libra-peso, 13,8% menor que o Índice Cotlook A e 7,7% abaixo do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 118,12 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que o setor industrial de “Fiação e preparação de fibras têxteis” apresenta crescimento de 36,2% no período de outubro/2020 a setembro/2021 frente a outubro/2019 a setembro/2020. Especificamente entre agosto/2021 e setembro/2021, houve queda nesse setor, evidenciando o desaquecimento nas vendas. Muitas empresas alegam dificuldades no repasse dos elevados preços da matéria-prima no spot nacional aos manufaturados.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,20 por libra-peso (110,91 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,21 por libra-peso (111,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão avançando, impulsionados pelo bom desempenho das vendas dos Estados Unidos, pela expectativa de maior demanda chinesa e pelo atraso na colheita norte-americana. O vencimento Dezembro/2021 apresenta valorização de 0,08% nos últimos sete dias, a 117,71 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Março/2021 registra alta de 1,16%, indo para 115,97 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2022 acumula avanço de 1,2% no mesmo período, a 114,38 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2022, 0,72%, cotado a 110,64 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.