01/Dez/2021
Os preços do algodão em pluma se mantiveram firmes ao longo de todo o mês de novembro, com o Indicador CEPEA/ESALQ renovando as máximas nominais da série histórica do Cepea por vários dias e chegando a operar acima da casa dos R$ 6,30 por libra-peso. Diante disso, os valores internos da pluma acumularam alta pelo quinto mês seguido. O suporte para os valores vem da posição firme de vendedores, da elevação da paridade de exportação e do alto patamar do preço externo. Como a maioria dos produtores brasileiros indica estar com boa parte da produção 2020/2021 já comprometida, estes agentes priorizam os embarques dos contratos a termo aos mercados interno e externo. Os comerciantes, por sua vez, adquirem lotes para atender a suas programações e/ou realizam negócios “casados”.
Alguns compradores ainda buscam garantir a pluma para entrega ao longo de 2022, contexto que elevou a liquidez de contratos a termo envolvendo as safras 2020/2021 e 2021/2022. As indústrias com necessidade imediata precisam pagar valores maiores nas aquisições de novos lotes. No acumulado de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ teve alta de 5,75%, a R$ 6,28 por libra-peso. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador registra avanço de 2,66%, sendo que, no dia 26 de novembro, atingiu R$ 6,33 por libra-peso, recorde nominal da série histórica do Cepea. A média de novembro, de R$ 6,10 por libra-peso, é um recorde nominal, sendo 3,51% acima da média de outubro/2021 e 56,37% maior que a de um ano atrás. Em termos reais, a média atual do Indicador está 32,67% superior à de novembro/2020 e é a maior média desde abril/2011, quando esteve em R$ 8,36 por libra-peso (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI, base em outubro/2021).
Além disso, o preço no Brasil está, em média, 1,2% inferior à paridade de exportação na parcial de novembro. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 6,26 por libra-peso (111,50 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,27 por libra-peso (111,69 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, entre 29 de outubro e 29 de novembro, o vencimento Dezembro/2021 se valorizou 1,57%, a 116,65 centavos de dólar por libra-peso, e o contrato Março/2021 subiu 0,17%, indo para 111,41 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2022 recuou apenas 0,05% no mesmo período, a 109,61 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2022, 1,07%, a 106,59 centavos de dólar por libra-peso.
O Cotton Outlook, em relatório divulgado no dia 26 de novembro, indicou produção mundial da safra 2021/2022 em 26,04 milhões de toneladas, aumento de 8% frente à anterior (24,1 milhões de toneladas). Espera-se que a produção do Brasil seja de 2,8 milhões de toneladas, 19% maior que a da temporada 2020/2021 (2,36 milhões de toneladas). O consumo mundial de algodão em pluma deve crescer 3% em 2021/2022, para 26,15 milhões de toneladas, ficando um pouco maior que a oferta (+0,42%). Para o Brasil, especificamente, o consumo está estimado em 725 mil toneladas na temporada 2021/2022, acima das 675 mil toneladas da safra passada (+7%). Dados do Departamento de Alfândegas da China (GACC) mostram que, em outubro/2021, o país importou 60 mil toneladas de algodão em pluma, volume 14,3% menor que o de setembro/2021 e 69,5% abaixo do de outubro/2020. De janeiro a outubro de 2021, a China importou 1,91 milhão de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.