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08/Dez/2021

Tendência é de preços sustentados para o algodão

Após renovar as máximas nominais da série histórica do Cepea em alguns dias de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma tem oscilado neste início de dezembro. Ainda assim, os valores se sustentam acima dos R$ 6,20 por libra-peso, sobretudo pela posição firmes de vendedores, que, por sua vez, estão atentos à recente recuperação dos contratos na Bolsa de Nova York e ao fato de o mercado spot nacional ter voltado a mostrar vantagem sobre a paridade de exportação. No acumulado de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ acumulou alta de 5,25% e, nos últimos sete dias, de apenas 0,12%, cotado a R$ 6,29 por libra-peso. Ainda assim, na média da parcial de dezembro, o preço no Brasil está 6,3% acima da paridade de exportação. Com vendedores afastados e/ou firmes nos preços pedidos, a liquidez no mercado spot segue baixa. Os produtores também priorizam o cumprimento de contratos a termo.

O fechamento de novos contratos apresenta ritmo mais aquecido, especialmente diante de compradores domésticos se mostrando interessados em matéria-prima para o início do próximo ano. No campo, as expectativas de agentes colaboradores quanto à safra 2021/2022 são boas, fundamentadas no clima favorável e na finalização da semeadura da soja dentro da janela ideal em áreas que posteriormente se cultiva o algodão de 2ª safra. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a semeadura para a próxima safra já começou em quatro Estados do Brasil: Bahia (12%); Goiás (17%); Mato Grosso (4%) e Paraná (70%). Dessa forma, 2,9% da área estimada já foi semeada no País. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 5,77 por libra-peso (101,49 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e a R$ 5,78 por libra-peso (101,67 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, apesar da recente forte reação, os contratos acumulam baixa nos últimos sete dias, pressionados pela desvalorização do petróleo. O vencimento Dezembro/2021 registra desvalorização de 3,98%, a 112,01 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Março/2021 apresenta recuo de 3,95%, indo para 107,01 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2022 apresenta baixa de 3,59% no mesmo período, a 105,67 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2022, 2,81%, cotado a 103,60 centavos de dólar por libra-peso. O Comitê Consultivo Internacional do Algodão, em relatório divulgado no dia 1º de dezembro, estima produção mundial da safra 2021/2022 em 25,73 milhões de toneladas, elevação de 5,88% frente à anterior. Para o Brasil, especificamente, projeta-se colheita de 2,68 milhões de toneladas, 14% superior à temporada anterior. O consumo mundial de algodão em pluma teve reajuste negativo, de 1,57%, frente aos dados de novembro/2021, indo para 25,63 milhões de toneladas na safra 2021/2022, queda de 0,12% no comparativo com a temporada passada.

A exportação global, por sua vez, deve recuar 4,25% frente à da safra passada, indo para 10,15 milhões de toneladas, depois da queda de 3% no comparativo com o relatório do mês passado. Para o Brasil, a previsão de exportação é de 2,06 milhões de toneladas na safra 2021/2022, sendo 14% inferior à anterior. Dessa forma, o estoque final mundial deve ser de 20,46 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação aos dados de novembro/2021 e leve alta de 0,54% frente ao da temporada 2020/2021. Estima-se que os preços continuem em patamares elevados ao longo da safra 2021/2022, mas não acima dos da temporada 2010/2011. A maior remuneração ao produtor pode estimular o aumento da área cultivada no mundo, no entanto, o repasse do custo ao longo da cadeia pode deixar o algodão menos competitivo quando comparado a outras fibras. Quanto ao preço médio, o Icac indica em dezembro média do Índice Cotlook A de 103,29 centavos de dólar por libra-peso para a temporada 2021/2022, 0,9% menor que a prevista no mês anterior (104,26 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.