15/Dez/2021
A cotação interna do algodão em pluma vem se mantendo em alto patamar, sustentada pela paridade de exportação e pela restrição vendedora no spot nacional. Assim, o Indicador CEPEA/ESALQ atinge nova máxima nominal da série histórica do Cepea, cotado a R$ 6,39 por libra-peso. Nos últimos sete dias, o Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,57%, e na parcial de dezembro, 2,17%. Os produtores estão com boa parte da produção da safra 2020/2021 já comprometida e sem necessidade de “fazer caixa” neste momento. Do lado comprador, as aquisições são realizadas de formal pontual nesta época do ano, mas estes demandantes mostram interesse em novos negócios para entrega em 2022, visando garantir matéria-prima de boa qualidade para o período de entressafra. No geral, a liquidez está fraca, o que, além do fato de agentes estarem dando prioridade à entrega de pluma já contratada, está atrelada também ao recesso de final de ano por parte de muitas empresas e a dificuldades em se ajustar a logística.
Em dólar, o Indicador à vista registra média de 111,80 centavos de dólar por libra-peso em dezembro, 2,5% acima do primeiro vencimento negociado na Bolsa de Nova York, de 109,12 centavos de dólar por libra-peso (média parcial de dezembro). Em dezembro, o preço médio no Brasil está 7,7% acima da paridade de exportação. Estimativa divulgada em dezembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) manteve a área brasileira na temporada 2021/2022 estimada em 1,5 milhão de hectares, praticamente igual ao relatório anterior, porém, 9,1% maior que na safra passada. Preços atrativos e clima favorável à semeadura e desenvolvimento neste início de ciclo estimularam os produtores. A produtividade teve reajuste negativo de 1,4% frente aos dados de novembro e deve crescer 1,5% em relação à temporada passada, a 1.747 quilos por hectare, o que resultaria em crescimento de 10,7% na produção frente à safra anterior, totalizando 2,61 milhões de toneladas (-1,6% frente ao relatório anterior).
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 5,92 por libra-peso (104,37 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 5,93 por libra-peso (104,55 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Quanto à paridade de importação, dados da Conab indicam que, de 6 a 10 de outubro, especificamente, a paridade CIF São Paulo (com operação de drawback) foi de R$ 6,73 por libra-peso. No mesmo período, o Indicador teve média de R$ 6,33 por libra-peso, sendo, portanto, 6% inferior à paridade de importação. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram leve queda nos últimos sete dias, influenciados pela expectativa de maior produção norte-americana, pelo enfraquecimento do petróleo e pela valorização do dólar no mercado internacional, estes dois últimos fatores tendem a diminuir a demanda pela fibra dos Estados Unidos. O vencimento Março/2022 apresenta desvalorização de 0,19% nos últimos sete dias, a 106,81 centavos de dólar por libra-peso.
O contrato Maio/2021 registra recuo de 0,18% no mesmo período, a 105,48 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022 acumula baixa de 0,39% nos últimos sete dias, a 103,20 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2021, que se encerrou no dia 8 de dezembro, caiu 0,09% de 30 de novembro a 8 de dezembro, a 111,55 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 9 de dezembro, estimou produção mundial na temporada 2021/2022 em 26,47 milhões de toneladas, volume 8,8% acima do observado na safra passada. Para o Paquistão, especificamente, a oferta foi reduzida em 14,9% frente ao mês anterior, para 1,24 milhão de toneladas, mas ainda deve ser 26,6% maior que a da safra 2020/2021. O consumo mundial é previsto em 27,06 milhões de toneladas, elevação de 2,8% em relação ao da safra 2020/2021. Houve reajuste negativo na demanda do Paquistão ao mesmo tempo em que houve elevação frente ao relatório do mês passado para a Turquia, Vietnã e Uzbequistão.
As importações mundiais, por sua vez, estão previstas para caírem 4,2%, indo para 10,22 milhões de toneladas em 2021/2022. Para a China, especificamente, houve reajuste negativo frente aos dados do mês anterior (-2,4%) e queda de expressivos 20,3% nas importações quando comparadas com as da safra passada, ficando em 2,23 milhões de toneladas na temporada 2021/2022. Quanto à reserva estatal da China, estima-se que o volume esteja entre 1,9 milhão e 2,1 milhões de toneladas, podendo ser a menor desde agosto de 2019. As exportações globais podem somar 10,221 milhões de toneladas, retração de 3,1%. Mesmo com o aumento de 2,4% em dezembro nas exportações brasileiras na safra 2021/2022, o volume estimado em 1,8 milhão de toneladas ainda é 24,6% menor que o da temporada 2020/2021. O estoque mundial deve ser de 18,67 milhões de toneladas, queda de 1,4% no comparativo mensal e 3,2% frente ao da safra 2020/2021. Isso porque houve redução nas estimativas de estoques da China, do Brasil e da Índia se comparados aos do relatório de novembro/2021. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.