12/Jan/2022
Como tradicionalmente ocorre em início de ano, a retomada das atividades por parte das unidades industriais tem feito crescer a presença de compradores no spot nacional. No entanto, os demandantes têm encontrado vendedores afastados do mercado. Estes agentes, por sua vez, estão atentos à menor produção de 2021, ao bom ritmo das exportações e às negociações antecipadas. Esse cenário aliado à elevada taxa de câmbio e aos avanços nos preços externos resultam em novas altas nos valores internos do algodão em pluma, que atingem novos patamares recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 1996. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra alta de 2,16% nos últimos sete dias, cotado a R$ 6,54 por libra-peso.
Nestes primeiros dias de 2022, o Indicador já renovou por quatro vezes a máxima nominal da série histórica do Cepea. O último recorde foi verificado na sexta-feira (07/01), quando o Indicador fechou a R$ 6,57 por libra-peso. A média do Indicador na parcial de janeiro está 2,6% acima da paridade de exportação. Há expectativa de que mais agentes retornem ao spot nacional nos próximos dias, principalmente indústrias, o que pode aquecer a liquidez. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 6,32 por libra-peso (111,42 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,33 por libra-peso (111,61 centavos de dólar por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento Março/2022 registra valorização de 2,33% nos últimos sete dias, cotado a 115,22 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2021 apresenta alta de 2,34% no mesmo período, indo para 113,07 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022 tem avanço de 2,6% nos últimos sete dias, a 110,68 centavos de dólar por libra-peso e o Outubro/2022 tem alta de 3,02%, a US$ 100,33 centavos de dólar por libra-peso. Estimativa divulgada nesta terça-feira (11/01), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou área brasileira na temporada 2021/2022 de 1,542 milhão de hectares, elevação de 4,53% frente ao relatório de dezembro/2021 e 12,5% maior que na safra anterior.
A produtividade deve crescer 2%, a 1.756 quilos por hectare, o que resultaria em crescimento de 14,8% na produção frente à safra anterior, totalizando 2,708 milhões de toneladas, ambos tiveram reajuste positivo frente aos dados do mês anterior, de 0,49% para a produtividade e de 3,68% para a produção. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a área semeada aumentou 4,53% de um mês para o outro (estimada agora em 1,107 milhão de hectares) e subiu 12,2% em relação à safra passada. A produtividade, por sua vez, avançou somente 0,88% frente ao relatório de dezembro/2021, com 1.7729 quilos por hectare, o que é 2,8% maior que o da temporada 2020/2021. Assim, a produção teve alta de 5,46%, podendo somar 1,915 milhão de toneladas, 18,4% maior que a da temporada passada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.