19/Jan/2022
Os preços do algodão em pluma estão subindo com força nos últimos dias, renovando o recorde nominal da série histórica do Cepea por cinco dias consecutivos e ultrapassando os R$ 6,80 por libra-peso. O avanço foi influenciado pela elevação dos valores internacionais, pela disponibilidade restrita de pluma no spot e pela posição firme de vendedores. Além disso, o mês de janeiro é sazonalmente de preços da pluma acima da média anual, devido à maior presença compradora para renovar os estoques, após a interrupção das atividades e/ou o menor ritmo das indústrias no final do ano anterior. Atualmente, as indústrias estão preocupadas com o repasse dos preços da matéria-prima, ao passo que as vendas estão enfraquecidas. Nos últimos dias, compradores e vendedores mantêm disputa acirrada quanto aos preços. No entanto, na maioria dos casos, os compradores com necessidades imediatas precisam ceder aos valores indicados por vendedores.
O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra avanço de 4,26% nos últimos sete dias, cotado a R$ 6,82 por libra-peso, máxima nominal da série histórica do Cepea. Na parcial de janeiro, a alta é de 6,51%. A média do Indicador na parcial deste mês, de R$ 6,62 por libra-peso, também é recorde nominal da série do Cepea. Em termos reais (IGP-DI - dezembro/2021), esse valor está 4,12% acima do de dezembro/2021 e 33,87% superior ao de janeiro/2021. A média do Indicador está 5,2% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,31 por libra-peso (114,27 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,32 por libra-peso (114,46 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros vencimentos registraram alta e atingiram as máximas desde suas respectivas aberturas na sexta-feira (14/01). Os contratos estão sendo influenciados pela valorização do petróleo no mercado internacional e pela estimativa de menor produção da pluma nos Estados Unidos. O vencimento Março/2022 registra valorização de 3,89% nos últimos sete dias, cotado a 119,70 centavos de dólar por libra-peso, e o contrato Maio/2021 tem alta de 2,89%, indo para 116,34 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022 apresenta avanço de 2,42% no mesmo período, a 113,36 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2022, 2,39%, a 102,73 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 12 de janeiro, estimou a produção mundial 2021/2022 em 26,3 milhões de toneladas, 8,3% acima do volume observado na safra passada.
Para a Índia e os Estados Unidos, especificamente, a oferta foi reduzida em 1,8% e 3,6%, respectivamente, frente ao mês anterior, para 5,987 milhões e 3,84 milhões de toneladas, na mesma ordem. Nos Estados Unidos, esse volume ainda deve ser 20,6% maior que o da safra 2020/2021. O consumo mundial está projetado em 27,05 milhões de toneladas, elevação de 2,8% em relação ao da safra 2020/2021. Houve reajuste negativo na demanda da China, ao mesmo tempo em que houve elevação frente ao relatório do mês passado para a Índia e o Paquistão. As importações mundiais, por sua vez, devem recuar 5%, indo para 10,14 milhões de toneladas em 2021/2022. Para a China, especificamente, houve reajustes negativos frente aos dados do mês anterior (-4,9%) e à safra passada (-24,2%), a 2,12 milhões de toneladas na temporada 2021/2022.
O Paquistão teve aumentos nas importações, de 3,7% frente aos dados de dezembro/2021 e de 3,3% na comparação com a safra anterior, a 1,197 milhão de toneladas. As exportações globais podem somar 10,14 milhões de toneladas, retração de 4,4% frente à safra passada, sendo que os Estados Unidos tiveram recuos de 3,2% em relação ao relatório anterior e de 8,4% na comparação com a temporada passada, totalizando 3,27 milhões de toneladas. O estoque mundial deve ser de 18,5 milhões de toneladas, quedas de 0,8% no comparativo mensal e de 3,9% frente à safra 2020/2021. Vale considerar que a Índia e os Estados Unidos tiveram baixas nos estoques, de 6,4% e 5,8%, respectivamente, se comparado aos dados de dezembro/2021. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.