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20/Jan/2022

Têxteis: indústria vai enfrentar um ano desafiador

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apresentou, nesta quarta-feira (19/01), hoje previsões de forte desaceleração tanto de produção quanto de vendas do setor, que deve continuar operando abaixo dos níveis de antes da pandemia. Pelos prognósticos, o crescimento da produção deve cair para 1,2% em 2022, depois dos 11,7% estimados no ano passado, enquanto o avanço das vendas internas deve recuar de 14,5% para 1%. Assim, mesmo somando os dois anos, o setor não deve conseguir se recuperar do tombo de 17% e 22,5% registrado na produção e nas vendas, respectivamente, em 2020, quando a economia sofreu o choque da chegada da pandemia. As projeções têm como premissa um quadro de baixo crescimento econômico, dadas as condições financeiras mais restritivas, com consumo prejudicado pela inflação persistente e geração de empregos mais lenta.

Somados os fatores, a associação está pessimista quanto à recuperação da renda. O País vai continuar convivendo com o poder de consumo comprometido, o que aumenta o desafio para atrair os consumidores. Diante de incertezas, principalmente associadas à nova onda da pandemia e às eleições de outubro, cujos desdobramentos têm potencial de agravar ainda mais a percepção sobre os riscos fiscais no País, a entidade optou por ser cautelosa em suas projeções iniciais em um ano que promete ser difícil, ruidoso e polêmico. Qualquer mudança de ambiente, como o risco de retrocesso na reabertura do comércio e dos serviços, pode rapidamente conduzir as previsões do azul ao vermelho.

Os registros de afastamento de trabalhadores por infecção da nova variante da Covid-19, a Ômicron, estão aumentando na indústria, o que pode comprometer a produção, apesar da perspectiva de melhora, ao longo do ano, no abastecimento de insumos. Diante da escalada nos preços de insumos e frete, a pressão de custos segue muito forte na cadeia de produção. O setor não tem capacidade de absorver o aumento dos preços do algodão sem repasses ao consumidor. A saída das empresas para atenuar o impacto nos preços finais tem sido trabalhar o mix de fibras dos tecidos, combinando o algodão com outros insumos que subiram menos. Não há expectativa de arrefecimento desse aumento de custo no curto prazo.

Apesar de a oferta de materiais apresentar neste momento sinais de aperto por conta da nova onda da pandemia no mundo, a tendência é de normalização gradual no abastecimento de insumos ao longo do ano. A pandemia pode seguir gerando rupturas nas cadeias, mas o horizonte à frente é mais favorável. Os preços, no entanto, seguem elevados, não apenas porque as commodities voltaram a subir a máximas históricas, mas também pelo transporte mais caro dos materiais, o que afeta, em especial, a indústria de tecidos sintéticos, mais dependente das importações. O preço do frete, que antes da pandemia girava ao redor de US$ 1,5 mil a US$ 2 mil, chegou a bater em US$ 15 mil no ano passado. Ao mesmo tempo, as empresas tiveram dificuldade para encontrar navios e contêineres na logística das cargas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.