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26/Jan/2022

Tendência de alta do algodão com futuros subindo

O preço do algodão em pluma segue em alta nos últimos dias, cenário que ainda é justificado pelos atuais elevados patamares dos preços internacionais e pela posição resistente dos vendedores ativos. Além disso, agentes seguem atentos ao cumprimento dos contratos a termo tanto no mercado interno como no externo. Segundo o relatório Cotton Brazil, os produtores já negociaram 95% da safra colhida em 2021 e têm outros 61% da temporada 2021/2022 comprometida. Assim, os produtores estão ainda mais voltados a atividades de campo da nova temporada, além da colheita de soja, e disponibilizam apenas alguns lotes da pluma a preços superiores no spot. Do lado comprador, as indústrias estão cautelosas quanto a novas aquisições diante das altas nos preços e compram apenas quando há necessidade, utilizando a matéria-prima em estoque e/ou contratada.

As empresas estiveram mais focadas nas vendas de fios e dos produtos acabados nos últimos dias, uma vez que estão preocupados com os repasses dos aumentos e com a liquidez dos têxteis. Depois de renovar o recorde nominal da série histórica do Cepea, de R$ 7,08 por libra-peso, no dia 20 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma cedeu por dois dias consecutivos diante do enfraquecimento do dólar frente ao Real e da baixa na ICE Futures. Assim, alguns agentes reduziram os valores de suas indicações de compra e venda no spot nacional. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra aumento de 3,18% nos últimos sete dias, cotado a R$ 7,04 por libra-peso. Na parcial de janeiro, a alta é de expressivos 9,90%. A média do Indicador na parcial deste mês, de R$ 6,75 por libra-peso, segue como a maior da série do Cepea, em termos nominais.

Em termos reais (IGP-DI dezembro/2021), esse valor está 6,13% acima do de dezembro/2021 e 36,46% maior que o de janeiro/2021. A média mensal parcial do Indicador está 6,3% acima da paridade de exportação. Quanto à realização de novos contatos a termo com entregas futuras, a liquidez está maior tanto para a pluma destinada ao mercado interno como ao externo. As negociações envolvem o produto das três temporadas: 2020/2021, 2021/2022 e 2022/2023. No campo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) divulgou que, até o dia 20 de janeiro, a semeadura da temporada 2021/2022 havia alcançado 52% da área esperada, avanço de 14% frente à semana anterior. Na Bahia, a área semeada chegou a 84%; em Mato Grosso, a 40%; em Goiás, a 84%; em Minas Gerais, a 85%; em Mato Grosso do Sul, a 98%; no Maranhão, a 67%; em São Paulo, a 81%; e no Piauí, a 81%. As atividades já foram finalizadas no Paraná.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,59 por libra-peso (119,81centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,60 por libra-peso (120,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Março/2022 apresenta desvalorização de 0,58% nos últimos sete dias, a 120,38 centavos de dólar por libra-peso e o contrato Maio/2022 tem leve alta de 0,07%, indo para 117,79 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022 registra avanço de 0,49% no mesmo período, a 115,22 centavos de dólar por libra-peso, mas o contrato Outubro/2022 tem queda de 0,23% nos últimos sete dias, a 103,57 centavos de dólar por libra-peso.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de algodão em pluma somaram 162,59 mil toneladas em 15 dias úteis de janeiro, 40% abaixo do volume embarcado em todo o mês de dezembro/2021 e 40,7% inferior na comparação com janeiro do ano passado. A atual média diária está em 10,84 mil toneladas, contra 13,7 mil toneladas em janeiro/2021 (-21%). O preço de exportação na parcial de janeiro está em 86,12 centavos de dólar por libra-peso, altas de 5,4% frente ao valor de dezembro/2021 e de 22,3% em relação ao de janeiro/2021. Em moeda nacional, a média de janeiro/2022 está em R$ 4,79 por libra-peso, 3,7% maior que a do mês anterior e elevação de 27,2% sobre a de janeiro/2021. A média da pluma exportada até a terceira semana de janeiro/2022 esteve 28,7% abaixo do valor praticado no mercado interno (Indicador), a maior diferença negativa desde maio/2011 (-35,2%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.