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27/Jan/2022

Preços do algodão sustentados pela oferta restrita

A comercialização de algodão avança no mercado interno com maior demanda por novos lotes pela indústria têxtil nacional. O spot se mantém aquecido com fábricas repondo estoques ou adquirindo volumes para consumo imediato. A negociação antecipada para a safra 2021/2022 também ganha fôlego e cresce a fixação de contratos para entrega futura. Já a oferta, por sua vez, continua limitada pelo baixo volume disponível para venda, em meio à entressafra nacional. Diante da maior demanda e oferta restrita, as cotações domésticas se mantêm firmes acima de R$ 7,00 por libra-peso. O Indicador Cepea/Esalq/USP, para pagamento no prazo de 8 dias, está cotado a R$ 7,01 por libra-peso, queda de 0,32% nos últimos sete dias. No mês, contudo, a alta é de 9,42%.

A sustentação das cotações é justificada pelos atuais elevados patamares dos preços internacionais e pela posição resistente dos vendedores ativos. Além disso, agentes seguem atentos ao cumprimento dos contratos a termo tanto no mercado interno como no externo. Os produtores estão ainda voltados a atividades de campo da nova temporada, além da colheita de soja, e disponibilizam apenas alguns lotes da pluma a preços superiores no spot. Do lado comprador, as indústrias estão cautelosas quanto a novas aquisições diante das altas nos preços e compram apenas quando há necessidade, utilizando a matéria-prima em estoque e/ou contratada. O ritmo de negócios no spot é considerado como mediano. A negociação evoluiu um pouco mais a partir da segunda quinzena do mês.

Contudo, o número de fábricas ativas no mercado em busca de novos lotes não é expressivo. A demanda também é média, em virtude da alta dos preços no mercado interno. No ano, a alta é de 10% e as fábricas enfrentam dificuldade de repasse do preço da commodity ao valor final do produto. As vendas das fiações e têxteis estão lentas, o que dificulta o reajuste de preço da matéria-prima ao produto final. Algumas empresas vêm optando por diminuir a produção e outras alongaram período de recesso e férias coletivas. Os lotes que rodam no mercado são de volumes pouco expressivos e negociados na base do Indicador Cepea/Esalq. As indústrias que estão comprando lotes para curto prazo adquirem principalmente para reposição de estoque para não ficarem desabastecidas.

Muitas fábricas precisarão ainda garantir volumes até meados de julho e agosto, entrada da safra 2021/2022 no mercado, mas, no momento, a maioria das empresas aguarda definições de mercado quanto ao consumo e tendência de preço para efetivar contratos de médio e longo prazo. As tradings estão ativas tanto na compra de lotes dos produtores quanto na venda de volumes para o mercado interno. Os valores pagos pelas fábricas domésticas estão acima dos ofertados por tradings, porém, a disparidade é pequena. Do lado da oferta direta por produtores, ainda há cargas remanescentes da temporada passada a serem negociadas, entretanto, a maioria está capitalizada e dispondo volumes gradualmente ao mercado. Em relação à comercialização antecipada, envolvendo fibra da safra 2021/2022, a negociação está um pouco mais aquecida que a do spot.

Há registro de negócio entre R$ 6,10 e R$ 6,30 por libra-peso, para entrega a partir de agosto CIF fábrica das Regiões Sudeste ou Nordeste. Tanto produtor quanto trading estão vendendo lotes à indústria. Há movimentação para entrega em seis a sete meses. Além disso, o preço da fibra para o segundo semestre está em torno de 10% abaixo do spot. O fato de os produtores estarem voltados ao plantio do algodão, focados nas lavouras, limita, em parte, a efetivação de novos negócios, especialmente para exportação. Apesar do contrato para dezembro na Bolsa de Nova York estar no maior nível, a oferta de lotes é limitada. As tradings estão ativas com oferta em torno de 104,00 a US$ 105,00 centavos de dólar por libra-peso CIF porto ou 100,00 centavos de dólar por libra-peso por libra-peso a ser retirada na origem a partir de agosto.

Para a safra 2022/2023, tem girado poucos acordos por causa da defasagem dos valores ofertados em relação aos pagos no spot. O mercado é pontual. Saem alguns lotes com preço a fixar de produtor para trading. A indicação de tradings estão entre 84,00 e 85,00 centavos de dólar por libra-peso CIF porto, diferença de 20,00 centavos de dólar por libra-peso em relação aos valores de 2021/2022. Na Bolsa de Nova York, os futuros registram recuo de 2,44% nos últimos sete dias, refletindo embolso de lucros por traders, após alcançarem o maior patamar desde 2011. Em um mês, a alta é de 11,77%. A perspectiva de dólar valorizado ante o Real e a elevação de preços de petróleo no cenário internacional devem manter os preços mundiais e nacionais da pluma sustentados ao longo do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.