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03/Fev/2022

Tendência é de alta com a oferta limitada no Brasil

Os preços do algodão em pluma subiram com certa força em janeiro, acumulando avanço pelo sétimo mês consecutivo. Assim, o Indicador CEPEA/ESALQ da pluma atingiu novos recordes nominais da série histórica do Cepea, sendo que o patamar máximo, de R$ 7,08 por libra-peso, foi registrado no dia 20 de janeiro. O impulso veio especialmente da baixa oferta no spot nacional, sobretudo de pluma de qualidade superior, que levou compradores com maior necessidade a ceder e a pagar preços maiores para conseguir fechar novos negócios. Além disso, o suporte também veio das altas nos preços internacionais, que elevaram a paridade de exportação, mesmo diante da desvalorização do dólar. Boa parte dos produtores se mostrou capitalizada e sem urgência em liquidar os lotes da safra 2020/2021. Os comerciantes adquiriram lotes para cumprimento dos contratos já firmados anteriormente e também realizaram alguns negócios “casados”.

Algumas tradings também chegaram a operar no mercado interno, tanto na compra como na venda. Alguns compradores, por sua vez, utilizaram a matéria-prima em estoque, alegando inviabilidade do repasse de custos para suas mercadorias. Nos últimos dias de janeiro, especificamente, as empresas estiveram mais focadas nas vendas de seus produtos e se retraíram ainda mais para novas aquisições, uma vez que a venda estava enfraquecida ao longo da cadeia. Esse contexto somado à desvalorização do dólar frente ao Real enfraqueceram os preços da pluma no período. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma subiu quase 9% no acumulado de janeiro, fechando a R$ 6,98 por libra-peso no dia 31 de janeiro. No entanto, nos últimos sete dias, o Indicador registra queda de 0,86%. A média do Indicador em janeiro, de R$ 6,81 por libra-peso, segue como a maior da série do Cepea, em termos nominais. Em termos reais (IGP-DI - dezembro/2021), a média está 7,08% acima da de dezembro/2021 e 37,68% maior que a de janeiro/2021, se caracterizando como a maior desde abril/2011 (quando esteve em R$ 8,42 por libra-peso).

Em dólar, o Indicador à vista registra média de 123,13 centavos de dólar por libra-peso em janeiro, 3,2% acima do primeiro vencimento negociado na Bolsa de Nova York, de 119,32 centavos de dólar por libra-peso. Em janeiro, o preço médio no Brasil ficou 7% acima da paridade de exportação. Entre 30 de dezembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) foi de R$ 6,31 por libra-peso (119,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,32 por libra-peso (119,20 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos registraram altas expressivas e encerraram o mês passado atingindo os valores máximos desde suas respectivas aberturas. Assim, entre 31 de dezembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022, o vencimento Março/2022 se valorizou 13,29%, fechando a 127,57 centavos de dólar por libra-peso no dia 31 de janeiro, e o contrato Maio/2022 aumentou 11,4%, indo para 123,07 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Julho/2022 avançou 10,92% no mesmo período, a 119,66 centavos de dólar por libra-peso e o Outubro/2022 subiu 9,73%, a 106,87 centavos de dólar por libra-peso. O Cotton Outlook, em relatório divulgado no dia 28 de janeiro, indicou produção mundial da safra 2021/2022 em 26,67 milhões de toneladas, aumento de 2,6% frente aos dados do mês anterior e 10,6% superior ao da safra passada (24,1 milhões de toneladas). De dezembro/2021 para janeiro/2022, as produções da Índia e dos Estados Unidos tiveram reajuste positivos, de 3,6% cada, indo para 5,78 milhão de toneladas na safra 2021/2022 e 3,84 milhões de toneladas, respectivamente. No entanto, o volume produzido na Índia deve recuar 4,2% frente à safra passada, ao passo que o norte-americano deve crescer expressivos 20,7%. O consumo mundial de algodão em pluma deve aumentar 1,7% em 2021/2022, para 25,92 milhões de toneladas, ficando 2,8% menor que a oferta. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.