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16/Fev/2022

Tendência de baixa do algodão com queda externa

Os valores do algodão em pluma estão oscilando, ora sustentados pela postura firme de vendedores, ora pressionados pelos menores preços ofertados pelas indústrias para novas aquisições no spot. No entanto, as desvalorizações externa e cambial e, consequentemente, a queda na paridade de exportação acabam prevalecendo e resultando em baixas nas cotações internas, que, por sua vez, voltaram aos patamares observados no encerramento de janeiro. Parte das indústrias segue utilizando a matéria-prima estocada e/ou de contratos, mas outras unidades ainda têm interesse em aquisições no spot. Nestes casos, agentes compram apenas para atender à necessidade imediata e/ou alguma reposição, tendo em vista que mostram dificuldades no repasse da valorização da pluma aos produtos ao longo da cadeia têxtil. Os vendedores, em especial os produtores, estão um pouco mais flexíveis nos preços, mas sem grandes necessidades de novas vendas. Vale considerar que produtores estão atentos às atividades de campo, como a colheita e o carregamento da soja, especialmente em regiões atingidas por chuvas recentemente.

Assim, os agentes ainda têm dificuldade em acordar tanto o preço como a qualidade dos lotes disponibilizados, contexto que limita a liquidez doméstica. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra recuo de 1,31% nos últimos sete dias, a R$ 6,98 por libra-peso. Na parcial de fevereiro, há leve baixa de 0,03%. No entanto, a média do Indicador (até o dia 14) ainda está 8,6% acima da paridade de exportação. Assim, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,38 por libra-peso (US$ 122,39 centavos de dólar por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,39 por libra-peso (122,59 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os vencimentos acumulam baixa nos últimos sete dias, pressionados pela estimativa de maior estoque dos Estados Unidos, pelos dados indicado menor volume de exportação norte-americana frente ao da semana anterior, pelo fortalecimento do dólar ante às principais moedas e pela aversão ao risco nos mercados internacionais.

Dessa forma, o vencimento Março/2022 registra desvalorização de 2,1% nos últimos sete dias, a 122,93 centavos de dólar por libra-peso, e o contrato Maio/2022 tem recuo de 1,94%, indo para 120,61 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022 apresenta baixa de 2% no mesmo período, a 117,89 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2022 acumula queda de 0,84% nos últimos sete dias, cotado a 107,58 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 9 de fevereiro, estimou a produção mundial 2021/2022 em 26,16 milhões de toneladas, 7,5% acima do volume previsto na safra passada. Por mais um mês, a oferta da Índia foi reduzida e deve ficar em 5,88 milhões de toneladas, 1,8% menor que os dados do mês passado e 2,2% inferior aos da temporada 2020/2021. O consumo mundial está projetado em 27,09 milhões de toneladas, elevação de 2,8% em relação ao da safra 2020/2021 e 3,6% superior à oferta global. As importações mundiais, por sua vez, devem recuar 5,5%, indo para 10,11 milhões de toneladas em 2021/2022.

Depois da queda de quase 5% de dezembro/2021 para janeiro/2022, a China teve novamente recuo nas importações em fevereiro frente ao mês anterior (-2,6%), ficando em 2,068 milhões de toneladas na temporada 2021/2022, o que representa queda de 26,1% frente à anterior. A exportações globais podem somar 10,11 milhões de toneladas, retração de 4,6% frente à safra passada, pressionadas pela retração dos volumes dos Estados Unidos, do Brasil e da Índia. O estoque mundial deve ser de 18,355 milhões de toneladas, quedas de 0,8% no comparativo mensal e de 4,9% frente à safra 2020/2021. Vale considerar que a China e a Índia tiveram baixas nos estoques, de 0,8% e 3%, respectivamente, se comparado aos dados de janeiro/2022. No entanto, no mesmo comparativo, o Brasil e os Estados Unidos tiveram elevações nos volumes estocados, de 0,8% e de 9,3%. Estimativa divulgada no dia 10 de fevereiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou a área brasileira na temporada 2021/2022 de 1,536 milhão de hectares, queda de 0,38% em relação ao relatório passado, mas 12,1% superior à da safra 2020/2021.

Para a produtividade, a expectativa é de aumento de 2,5%, a 1.765 quilos por hectare, resultando em alta de 15% na produção frente à safra anterior, totalizando 2,71 milhões de toneladas, avanços de 0,2% em relação ao mês anterior para a produção e de 0,5% para a produtividade. Em Mato Grosso, a área semeada teve queda de 1,3% em relação ao indicado em janeiro/2022, com previsão de 1,093 milhão de hectares, mas ainda 13,2% superior à da safra passada. A produtividade aumentou apenas 0,55% frente aos dados do mês anterior, a 1.739 quilos por hectare. Diante disso, a produção registrou baixa de 0,76% (1,9 milhão de toneladas) em relação aos dados de janeiro, mas ainda ficaram 17,5% maiores que na safra passada. Na Bahia, a estimativa de área cultivada teve aumento de 3,82% em relação ao mês passado, chegando a 290 mil hectares na estimativa de fevereiro, e ainda 9% superior à temporada anterior. A produção cresceu 3,86% frente ao relatório de janeiro/2022, podendo somar 551 mil toneladas. A produtividade no Estado está estimada em 1.897 quilos por hectare. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.