03/Jun/2022
As quedas recentes dos futuros de algodão na Bolsa de Nova York estão levando as tradings a ofertar a fibra internamente abaixo do Esalq. As indústrias com necessidades mais urgentes aproveitam para se abastecer. A demanda é limitada, contudo, pelo fato de que muitas fábricas reduziram a produção em virtude da dificuldade de repasse para fios. Nos últimos sete dias, os futuros registram recuo de 4,96%. O Indicador Cepea/Esalq, para pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 8,13 por libra-peso, embora tenha chegado a cair abaixo de R$ 8,00 por libra-peso no fim da semana passada. Em São Paulo, há registro de negócios para pronta entrega de tradings para fábricas que ainda estavam descobertas para a entressafra e para embarque de agosto em diante. Como Nova York caiu, as tradings estão mais agressivas nos preços, dando chance para fábricas fecharem negócios. As negociações ocorrem entre R$ 7,80 e R$ 7,90 por libra-peso, para entrega em junho na Região Sudeste.
Para a próxima safra, há registro de negócios abaixo de R$ 7,00 por libra-peso. Tradings querem vender de setembro em diante, pois têm muitos compromissos para agosto. Há registro de negócios para entrega a partir de agosto entre R$ 6,20 e R$ 6,30 por libra-peso. A combinação de recuo dos futuros na Bolsa de Nova York e do dólar ante o Real abriu espaço para tradings venderem no mercado interno para indústrias. Mas fábricas diminuíram a produção e estão comprando pouco algodão, devido à dificuldade de repasse do custo alto da matéria-prima para o próximo elo da cadeia, o fio. Tradings indicam no mercado doméstico a R$ 7,80 por libra-peso posto na Região Sudeste, e as poucas indústrias que estão no mercado adquiriram algodão por esse valor. Já os produtores indicam 10,00 centavos de dólar por libra-peso acima do Esalq. Para a safra 2021/2022, os preços estão bem abaixo do disponível, com relatos de acordos a R$ 6,50 por libra-peso, para entrega a partir de agosto.
No disponível, o preço está em R$ 8,00 por libra-peso porque tem pouca oferta, mas em agosto a safra nova vai abastecer o mercado. A expectativa também é de que as exportações sejam menores com os efeitos da guerra na Ucrânia sobre a economia mundial. Segundo o Conselho Consultivo Internacional do Algodão (Icac), a produção mundial de algodão deve somar 26,13 milhões de toneladas na temporada 2022/2023. Esta é a primeira projeção do Icac para a próxima temporada, que começa em 1º de agosto. O volume representa aumento de 0,93% ante a estimativa para a temporada 2021/2022, de 25,89 milhões de toneladas, e deve ser impulsionado por um aumento esperado de 25% na produção do Paquistão. O consumo global em 2022/2023 deve diminuir 0,3% ante a temporada anterior, para 26,09 milhões de toneladas. As exportações devem cair 0,6%, para 10,03 milhões de toneladas. Os estoques finais devem aumentar 0,2%, para 20,38 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.