08/Jun/2022
Depois de acumular alta de 10,2% em maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, com pagamento 8 dias, registra recuo neste início de junho, passando a operar abaixo dos R$ 8,00 por libra-peso. A pressão vem dos enfraquecimentos dos contratos na Bolsa de Nova York e da paridade de exportação, além da entrada de alguns lotes da temporada 2021/2022 no mercado, contexto que levou vendedores a ceder nos preços indicados pela pluma. No entanto, a indústria tem ofertado valores ainda menores, aumentando a pressão sobre as cotações. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento 8 dias, registra queda de 2,47% nos últimos sete dias, a R$ 7,85 por libra-peso. A desvalorização da pluma está favorecendo alguns fechamentos no spot, porém, de modo geral, a liquidez segue baixa, devido ao desacordo sobre preços entre compradores e vendedores. Além disso, parte dos produtores está focada no desenvolvimento das lavouras, demonstrando estar capitalizada.
Ressalta-se que esses vendedores permanecem firmes nos preços indicados pela pluma. Em geral, os agentes têm buscado negociar contratos a termo para entrega no segundo semestre deste ano. Do lado comprador, boa parte segue trabalhando com o produto estocado e/ou de contratos a termo, alegando dificuldades em repassar os elevados preços da matéria-prima aos manufaturados e adquirindo no spot apenas o necessário para reposição de curto prazo. Algumas indústrias estão operando com capacidade reduzida ou pretendem interromper a produção por um período durante o mês de junho, além daqueles que deram férias coletivas recentemente. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,59 por libra-peso (137,56 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,60 por libra-peso (137,78 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Quanto aos contratos na Bolsa de Nova York, o vencimento Julho/2022 tem desvalorização de 0,89% nos últimos sete dias, a 137,74 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Outubro/2022 registra recuo de 1,66% no período, indo para 127,92 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2022 tem baixa de 2,16%, a 119,80 centavos de dólar por libra-peso; e o Março/2023, 2,59%, a 115,11 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 1º de junho, o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) reduziu a estimativa de produção mundial em 2,04% frente ao relatório do mês anterior, para 25,89 milhões de toneladas na safra 2021/2022, ainda 6,19% superior à da temporada 2020/2021. O consumo mundial de algodão permaneceu estável frente ao estimado em maio/2022, em 26,16 milhões de toneladas, volume 1,95% maior que o da temporada 2020/2021. Vale considerar que a produção e o consumo se invertem à medida que a temporada chega ao fim, assim, o consumo mundial está 1,04% acima do volume produzido.
As exportações devem crescer apenas 0,2% frente ao previsto no relatório de maio/2022, para 10,09 milhões de toneladas na temporada 2021/2022, ainda 5% inferiores às da safra passada. Nesse cenário, o estoque final deve somar 20,34 milhões de toneladas, com quedas de 2,68% frente ao estimado no mês anterior e de 1,31% em relação à temporada 2020/2021. Em termos globais, a área com algodão na temporada 2022/2023 deve somar 32,78 milhões de hectares, redução de 1% frente à passada. A produção mundial é projetada em 26,13 milhões de toneladas, 0,93% superior à anterior. O consumo mundial de algodão deve diminuir 0,27%, para 26,09 milhões de toneladas. As exportações têm previsão de recuo de 0,5% frente à safra anterior, estimadas em 10,04 milhões de toneladas. Assim, os estoques finais podem ser de 20,38 milhões de toneladas, 0,2% acima dos estoques da temporada 2021/2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.