20/Jun/2022
A negociação de algodão segue lenta no Brasil diante da discordância entre compradores e vendedores sobre preços. A liquidez no mercado de algodão em pluma está limitada, e os valores, oscilando com certa força. As indústrias continuam com pouca demanda diante das dificuldades no repasse do custo da fibra para os fios, enquanto parte dos vendedores se mantém firme e outros chegaram a ser mais flexíveis, possibilitando alguns fechamentos. A média do Indicador na parcial de junho está 15% acima da paridade de exportação. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de algodão somaram 81,62 mil toneladas em maio de 2022, 29,2% a menos que as 115,24 mil toneladas enviadas para o exterior em maio do ano passado. Na comparação com abril, quando o País exportou 135,95 mil toneladas, a queda foi de 40,0%. De janeiro a maio deste ano, o País embarcou 769,23 mil toneladas de algodão, queda de 24,9% ante igual período de 2021, quando 1,023 milhão de toneladas da fibra haviam sido exportadas.
A estiagem em março e abril frustrou a expectativa dos produtores de algodão do oeste da Bahia, que devem retirar do campo uma produção menor que o inicialmente esperado. Os trabalhos de campo ainda são incipientes na região e tendem a se intensificar, mas as perspectivas do setor produtivo apontam para recuo de até 15% na produtividade da fibra ante o potencial das lavouras. Isso porque a seca registrada na região, de cerca de 40 dias, afetou a pluma em período determinante para a definição do seu rendimento. A área plantada com algodão na Bahia tende a ficar estável ou até mesmo apresentar leve queda na safra 2022/2023. O principal fator que limita o investimento na pluma é o elevado custo de produção das lavouras, que aumentou cerca de 50% ante a safra anterior. Neste cenário, os produtores cogitam migrar parte da área com algodão para a soja, que apresenta custo mais baixo e rentabilidade semelhante. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização de algodão em pluma da safra 2021/2022 em Mato Grosso, que está sendo colhida, alcançava, até maio deste ano, 73,02% da produção, avanço de 2,96% em relação a abril.
São 4,41% abaixo de igual período da temporada 2020/2021 (77,43%) e atraso de 3,31% ante a média dos últimos cinco anos (76,33%). Em relação à safra 2020/2021, a comercialização avançou 0,33% em maio ante abril, atingindo 99,86% da produção prevista ao fim do último mês. As negociações seguem levemente iguais ante a média de cinco anos (99,65%) e em comparação com a temporada anterior (99,94%). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a previsão de produção de algodão do país em 2022/2023 em 3,59 milhões de toneladas e deixou estáveis as projeções de exportações em 2022/2023 em 3,16 milhões de toneladas e de consumo interno em 544,300 mil toneladas. O estoque final se manteve em 631,388 mil toneladas. Quanto à safra 2021/2022, o governo norte-americano deixou inalterada a previsão de estoque final de algodão no país em 740,25 mil toneladas. A estimativa de produção dos Estados Unidos ficou estável em 3,81 milhões de toneladas, enquanto as exportações se mantiveram em 3,21 milhões de toneladas e o consumo interno, em 555,19 mil toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.