15/Jul/2022
Os preços do algodão no mercado disponível seguem pressionados pelos recuos recentes dos futuros da pluma na Bolsa de Nova York, diante dos temores de uma recessão mundial. Os preços da pluma no Brasil recuaram aos menores níveis desde novembro de 2021 e chegaram a ficar abaixo da paridade da exportação, o que não ocorria desde novembro do ano passado. Preocupações relacionadas a uma recessão econômica global e elevação de juros estão afastando investidores dos mercados futuros, cenário que tem resultado em desvalorizações de commodities de forma geral, inclusive do algodão. No mercado brasileiro, o movimento tem sido de queda nos preços, mas a pressão está menor nos últimos dias. A disponibilidade de pluma da nova safra ainda não é expressiva, com boa parte dos lotes classificados sendo destinada ao cumprimento de contratos a termo.
Do lado comprador, há relatos de dificuldades de venda de manufaturados e de pressão dos demandantes para redução do preço, mas as mercadorias estocadas nas fábricas foram produzidas com a pluma adquirida a valores acima dos registrados atualmente. Em meio à 'queda de braço' entre os agentes ativos no mercado, a liquidez segue limitada. A área plantada com algodão no Brasil em 2022/2023 pode alcançar 1,685 milhão de hectares, 3% acima da observada em 2021/2022. Em Mato Grosso, maior Estado produtor, área deve atingir 1,201 milhão de hectares, em comparação com 1,173 milhão de hectares em 2021/2022, enquanto 315 mil hectares devem ser plantados na Bahia, segundo maior produtor, superando os 301 mil hectares do ciclo anterior. A produção de algodão em pluma do País em 2022/2023 deve ser de 3,06 milhões de toneladas, ante 2,5 milhões de toneladas na safra 2021/2022, que está sendo colhida neste momento. A produção no ano que vem deve superar o recorde de 3,001 milhões de toneladas de 2019/2020. Do total a ser produzido em 2022/2023, 2,34 milhões de toneladas devem ser direcionadas para exportação, acima do 1,93 milhão de toneladas de 2021/2022.
O mercado interno deve consumir 720 mil toneladas, volume estável na comparação anual. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a sua previsão de produção de algodão em 2022/2023 de 3,59 milhões de toneladas para 3,37 milhões de toneladas. A projeção de área plantada subiu de 4,95 milhões de hectares para 5,05 milhões de hectares. O rendimento foi elevado de 773,65 quilos por hectare para 776,33 quilos por hectare. Do lado da demanda, o USDA reduziu a previsão de exportações em 2022/2023 de 3,15 milhões de toneladas para 3,04 milhões de toneladas e manteve a perspectiva de consumo interno em 544,30 mil toneladas. O estoque final norte-americano caiu de 631 mil toneladas para 523 mil toneladas. Quanto à safra 2021/2022, o governo norte-americano deixou inalterada a previsão de estoque no país em 740 mil toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.