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20/Jul/2022

Tendência de preços estáveis no mercado interno

Depois de atingir a casa dos R$ 8,00 por libra-peso em meados de maio deste ano, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento 8 dias, passou a recuar com certa força nas semanas seguintes. Atualmente, os valores estão relativamente estáveis, operando na casa dos R$ 6,00 por libra-peso. No geral, a liquidez está baixa, com agentes focados no cumprimento de contratos. Os produtores estão mais firmes nos valores indicados no spot, apontando ter boa parte da produção já comprometida. Quanto à nova safra, a colheita e o beneficiamento ainda estão no início, e a produtividade ainda é incerta em algumas áreas, o que faz com que agentes aguardem uma intensificação das atividades para poder cumprir programações e, então, retomar as negociações. Muitos compradores, por sua vez, seguem fora de mercado, adquirindo apenas o necessário para manter as atividades e esperando a entrada de um volume maior. Os comerciantes dão preferência para a realização de negócios “casados”, enquanto algumas tradings já estão ofertando quantidade mais elevada, para entrega a partir de agosto.

O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento 8 dias, registra recuo de 0,66%, cotado a R$ 6,02 por libra-peso. Na parcial de julho, o Indicador acumula baixa de 5,01%. A média nesta parcial de julho está 3,2% abaixo da paridade de exportação. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 46,8% da safra brasileira 2020/2021 e 31,1% da 2021/2022 teriam sido comercializadas até o dia 19 de julho. Vale considerar que, nas cinco temporadas anteriores, foram registrados, em média, 86,9% da produção nacional. Em volume, na safra 2020/2021, foram registradas 1,104 milhão de toneladas, sendo 524,9 mil toneladas para o mercado interno, 479,85 mil toneladas para o externo, e 161,4 mil toneladas como contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a 2021/2022, 866,85 mil toneladas tiveram registros confirmados, sendo a maior parte para exportação (431,75 mil toneladas), seguida pelo mercado interno (com 350,3 mil toneladas) e contratos flex (84,77 mil toneladas).

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), 28,5% da área total brasileira da temporada 2021/2022 havia sido colhida até o dia 14 de junho. Na Bahia, a área colhida chegou a 49,6%; em Goiás, a 39%; em Mato Grosso do Sul, a 32%; em Mato Grosso, a 22,7%; em Minas Gerais, a 20%; no Piauí, a 38%; em São Paulo, a 95%; no Maranhão, a 13%; e no Paraná, a 95%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 5,77 por libra-peso (106,52 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 5,78 por libra-peso (106,71 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2022 tem desvalorização de 1,97% nos últimos sete dias, a 100,42 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2022 registra queda de 1,94%, indo para 93,00 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2023 apresenta recuo de 1,53%, a 89,29 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2023, 1,47%, a 87,30 centavos de dólar por libra-peso.

Em relatório divulgado no dia 12 de julho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa de produção mundial em 0,6% frente ao relatório do mês anterior, para 25,3 milhões de toneladas na safra 2021/2022, mas ainda 4,3% superior à da temporada 2020/2021. Para o Brasil, especificamente, o USDA diminuiu em 3,1% o volume produzido frente ao relatório anterior, para 2,678 milhões de toneladas, porém, esta quantidade ainda é superior à da safra 2020/2021 (+13,7%). O consumo mundial de algodão também caiu (-1,6%) se comparado aos dados de junho/2022, indo para 26,082 milhões de toneladas, ficando 1,6% abaixo do da temporada anterior. As importações mundiais, por sua vez, estão estimadas em 9,432 milhões de toneladas, quedas de 11,7% frente à safra 2020/2021 e de 3% no comparativo com o relatório passado. As exportações globais podem somar 9,564 milhões de toneladas, baixas de 9,4% e de 2,7% nos mesmos comparativos. Nesse cenário, o estoque final está previsto em 18,297 milhões de toneladas, com aumento de 1,3% frente ao estimado no mês anterior, mas baixa de 4,6% em relação à temporada 2020/2021.

Quanto à safra 2022/2023, a produção mundial está projetada em 26,141 milhões de toneladas, 3,3% superior à anterior, mas recuo de 1% frente aos dados de junho/2022, pressionada pelos reajustes negativos para Estados Unidos e Brasil. O consumo mundial de algodão deve aumentar apenas 0,1%, para 26,111 milhões de toneladas, depois da queda de 1,3% frente aos dados de junho/2022. As importações mundiais devem subir 7% frente às da safra 2021/2022, mas tiveram queda de 2,4% no comparativo com o mês anterior, indo para 10,34 milhões de toneladas. As exportações, por sua vez, podem crescer 5,6% frente às da safra 2021/2022, somando 10,98 milhões de toneladas, recuo de 2,3% no comparativo mensal. Para os Estados Unidos, especificamente, a queda é de 3,5% frente aos dados de junho/2022 e de 5,1% em relação à safra anterior, a 3,048 milhões de toneladas. Para o Brasil, o USDA estima queda de 5,1% frente aos dados de junho, mas aumento de 17,7% em relação à safra anterior. Assim, os estoques mundiais finais de 2022/2023 podem ser de 18,346 milhões de toneladas, 0,3% acima dos da temporada 2021/22 e 1,8% superiores aos do mês passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.