27/Jul/2022
Os preços internos do algodão em pluma registram apenas pequenas oscilações nos últimos dias. Isso porque, com a disponibilidade ainda baixa, visto que a colheita, o beneficiamento e a classificação dos lotes da temporada 2021/2022 ainda estão no início, os produtores têm priorizado o cumprimento de contratos a termo. Quanto à liquidez, a disparidade entre os valores pedidos e ofertados segue limitando novas negociações no spot. Do lado vendedor, alguns produtores já negociaram boa parte de suas produções e, assim, seguem firmes nos preços pedidos. Além disso, os valores das programações estão superiores aos praticados atualmente.
Nos últimos dias, as cotações internas também operam abaixo da paridade de exportação, o que desestimula os vendedores a fechar novos negócios no spot. Quanto aos compradores, algumas indústrias têm postergado as aquisições de novos lotes, ainda devido à dificuldade no repasse aos manufaturados e na expectativa de aumento na oferta. Dessa forma, boa parte das empresas tem apenas recebido a matéria-prima de contratos a termo e/ou trabalhado com o produto em estoque. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve recuo de 0,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 6,00 por libra-peso.
Vale considerar que, no dia 20 de julho, o Indicador esteve cotado a R$ 5,98 por libra-peso, o menor valor desde o dia 3 de novembro de 2021 (R$ 5,96 por libra-peso). No acumulado parcial de julho, o Indicador registra baixa de 5,2%. A média parcial do mês está 3,1% abaixo da paridade de exportação. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), 37,14% da área brasileira da temporada 2021/2022 havia sido colhida até o dia 21 de julho. Quanto ao beneficiamento da nova temporada, a estimativa é de que esteja em 10%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,03 por libra-peso (112,32 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,04 por libra-peso (112,51 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os contratos registram queda nos últimos sete dias, pressionados pela desvalorização do petróleo no mercado internacional, o que tende a melhorar a competitividade da fibra sintética. Assim, o vencimento Outubro/2022 registra recuou de 2,89% nos últimos sete dias, cotado a 97,52 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2022 tem queda de 2,09%, a 91,06 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2023 apresenta queda de 2,16%, para 87,36 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2023, recuo de 1,76%, a 85,76 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 16 dias úteis de julho/2022, as exportações de algodão em pluma somaram 16,7 mil toneladas, 73,4% abaixo do volume embarcado em todo o mês de junho/2022 e 72,7% inferior ao exportado em julho/2021. O volume escoado na parcial de julho/2022 é o menor desde julho de 2018, quando o Brasil exportou 8,7 mil toneladas. A atual média diária está em 1,041 mil toneladas, contra 2,77 mil toneladas em julho/2021 (-62%). Quanto ao preço, está em 112,83 centavos de dólar por libra-peso na parcial deste mês, recuo de 1,2% no comparativo mensal (114,21 centavos de dólar por libra-peso), mas expressiva alta de 49,4% no anual (75,50 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.