17/Ago/2022
Os produtores de algodão do sudoeste dos Estados Unidos estão abandonando milhões de hectares que semearam na primavera, o que pode resultar na colheita mais fraca do país em mais de uma década e tem impulsionado fortemente as cotações. Analistas esperam que os agricultores atingidos pela seca abandonem mais de 40% dos 5,06 milhões de hectares que semearam com algodão e colham a menor área desde a Reconstrução, período que sucedeu a Guerra de Secessão nos Estados Unidos. Naquela época, em 1868, os rendimentos eram menos de um quinto do que são hoje, mas o mercado de algodão também era muito menor.
A seca vista em áreas de cultivo como o Texas, onde a grande maioria dos condados apresenta condições de seca que variam de "severa" a "excepcional", fez com que os futuros do algodão negociados na Bolsa de Nova York voltassem a subir, com o contrato mais ativo em alta 4,3%, para mais 118,27 centavos de dólar por libra-peso. No estado, a produção deve ser a menor desde 1986, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O vencimento dezembro da pluma fechou no limite diário de alta estabelecido pela bolsa por duas sessões consecutivas, encerrando a segunda-feira (15/08) em 113,59 centavos de dólar por libra-peso. Na semana passada, os futuros subiram cerca de 13%, a maior alta semanal desde março de 2011. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o USDA reduziu a estimativa de produção doméstica de algodão de 3,375 milhões para 2,737 milhões de toneladas. O volume representaria queda de 28% em relação ao ano passado, e o menor nível desde 2009.
A previsão de área colhida caiu de 3,46 milhões de hectares para 2,88 milhões de hectares. O estoque final caiu de 522,53 mil toneladas para 391,89 mil toneladas. Anos consecutivos de clima seco e períodos de calor intenso deixaram pouco da umidade do subsolo que geralmente se acumula durante o inverno e sustenta as plantas de algodão quando a chuva é escassa. Segundo o Plains Cotton Growers, grupo de produtores cujos membros normalmente cultivam cerca de um terço da safra dos Estados Unidos, um ano como este tem impacto muito grande sobre os produtores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.