17/Ago/2022

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a área plantada com algodão no País na safra 2022/2023 deve crescer cerca de 6,2%, de 1,6 milhão de hectares para 1,7 milhão de hectares. O incremento da área plantada deve ser puxado pela expansão de áreas em Mato Grosso, com maior número de lavouras sendo destinadas à 2ª safra de algodão. A Bahia, segundo maior produtor nacional da fibra, tende a manter a área implantada com algodão e destinar maior área para soja e milho O próximo ciclo começa a ser semeado a partir de meados de outubro no País. Com a maior área semeada, o País pode voltar a se aproximar da produção recorde de algodão, de 3 milhões de toneladas, registrada na safra 2019/2020. O setor quer superar essa marca ou em 2022/2023 ou em 2023/2024.

Se confirmada a intenção de plantio, o Brasil tem potencial de produzir de 2,9 milhões a 3 milhões de toneladas de algodão em pluma na temporada 2022/2023. No momento, o Brasil está colhendo e beneficiando a pluma da safra 2021/2022. A Abrapa estima produção de 2,6 milhões de toneladas, 200 mil toneladas a menos do que o inicialmente projetado. Do total, 700 mil toneladas destinadas para indústria têxtil e 1,9 milhão de toneladas para exportação. Com o aumento do custo das lavouras, puxado pelos fertilizantes, a rentabilidade dos produtores na próxima safra tende a ficar praticamente empatada com as despesas. Hoje, o mercado está com preços altos. A cultura estaria remunerando bem se não fosse o aumento expressivo de custos.

Mesmo com a rentabilidade baixa da cultura no fim do ciclo, a estimativa é plantar mais. Neste cenário de custos elevados, o produtor considera também a necessidade de manutenção do abastecimento a clientes cativos do mercado externo para o aumento da área. Se o Brasil quer ser o maior exportador e produtor mundial de algodão, precisa manter os mercados que conquistou. Diminuir a área de algodão é ruim para o mercado e para os produtores. A manutenção de equipamentos específicos para a cultura, como colhedoras e beneficiadoras, também influencia na decisão de plantio do produtor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.