ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Ago/2022

Preço em desacordo entre agentes limita negócios

A volatilidade dos contratos futuros de algodão na Bolsa de Nova York e a queda de braço entre vendedores e compradores quanto ao valor da commodity limitam o avanço da comercialização no mercado interno. A movimentação é pontual no spot. A disponibilidade da pluma ainda é restrita em meio à colheita e ao beneficiamento da safra 2021/2022, o que também trava o mercado. Os preços, por sua vez, mesmo com a baixa liquidez, se mantêm em alta, acompanhando o comportamento dos futuros da Bolsa de Nova York nos últimos dias. O Indicador de preço do algodão do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) com pagamento em oito dias encerrou a R$ 6,29 por libra-peso, mas tem ganho acumulado em agosto de 5,15%.

Os preços do algodão têm sido impulsionados pela posição firme de vendedores. Estes agentes vêm disponibilizando baixo volume de pluma no spot, especialmente de lotes de melhor qualidade, dando prioridade ao cumprimento dos contratos a termo. Além disso, as recentes e fortes elevações na Bolsa de Nova York e da paridade de exportação também reforçam os aumentos no Brasil. Do lado da demanda, indústrias domésticas estão ativas nos negócios. As fábricas indicam R$ 6,20 por libra-peso, mas os produtores indicam entre R$ 6,25 e R$ 6,30 por libra-peso. As indústrias demandam algodão da mão para boca, para uso imediato.

Indústria indica R$ 6,15 por libra-peso, posto na Região Sudeste, para pagamento em oito dias, mas os vendedores indicam entre R$ 6,25 e R$ 6,30 por libra-peso. Os produtores estão na expectativa de alta nos preços, enquanto as indústrias não estão cobertas. Além da falta de acordo quanto ao preço, os vendedores estão voltados ao cumprimento dos contratos fechados previamente. Eles estimam que cerca de 70% da produção 2021/2022 já foi comercializada, em média entre 81,00 e 83,00 centavos de dólar por libra-peso, ante os atuais 103,00 e 104,00 centavos de dólar por libra-peso pagos no spot. Está praticamente tudo vendido se considerar que haverá quebra de em torno de 30% em Mato Grosso.

Se o Brasil exportar 1,7 milhão de toneladas, faltará algodão de boa qualidade para a indústria interna, que deve consumir outras quase 900 mil toneladas. Além da quebra de 30% em Mato Grosso, haverá redução na produção dos Estados Unidos, o que ninguém esperava e, por isso, puxou a alta dos preços nesta semana. Para a safra 2022/2023, a comercialização é ainda mais lenta. Os produtores já firmaram volumes em barter para a próxima temporada e agora estão mais cautelosos. Há muita volatilidade de preços, além da incerteza com dólar às vésperas das eleições. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em baixa nesta quarta-feira (17/08).

Traders embolsaram lucros após o mercado ter subido nos seis pregões anteriores e acumulado valorização de mais de 22% no período. O vencimento dezembro recuou 331 pontos (2,83%), para 113,54 centavos de dólar por libra-peso. As altas recentes refletiram em parte a expectativa de uma safra reduzida nos Estados Unidos, com o clima seco nas principais regiões produtoras. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) diminuiu sua estimativa de produção de algodão em 2022/2023 de 3,375 milhões para 2,737 milhões de toneladas. O estoque final caiu 522,53 mil para 391,89 mil toneladas. De sexta-feira (12/08) até terça-feira (16/08), os preços avançaram 11,7%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.