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19/Ago/2022

Safra 2022/2023: País pode elevar as exportações

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), a exportação brasileira de algodão pode alcançar 2,4 milhões de toneladas na safra 2022/2023, caso a projeção de produção do setor, de 2,9 milhões a 3 milhões de toneladas, se confirme. Se a produção se consolidar em 3 milhões de toneladas, será possível retornar ao recorde batido no ciclo 2019/2020, de 2,4 milhões de toneladas. A exportação consegue retomar este volume com a atual capacidade logística e portuária do País, mas vai depender da disponibilidade de navios adicionais. A safra 2022/2023 será exportada pelo País somente a partir de meados de agosto do ano que vem, após a colheita do próximo ciclo. No momento, o País está beneficiando e embarcando a produção da temporada 2021/2022. Para a atual safra, que será exportada até julho do ano que vem, a Anea projeta vendas externas entre 1,6 milhão e 1,7 milhão de toneladas, considerando colheita de 2,6 milhões de toneladas. O principal mercado deve continuar sendo a Ásia em ambas as safras.

De um lado, os fundamentos são positivos para aumento da exportação, como a maior área plantada e consequente maior produção. Do outro, o consumo da pluma em cenário de recessão mundial preocupa. O consumo sempre preocupa. Se a recessão se estender por muito tempo afetará a demanda do mundo inteiro. A expectativa é de que as economias se reaqueçam e que a demanda volte à normalidade. A preocupação ocorre também em razão do que já se observa na exportação da safra atual, com pedidos de cancelamento de cargas por compradores, especialmente chineses, em meio aos sinais de recessão global. Na China, por exemplo, a economia está andando devagar. Há casos de clientes chineses querendo renegociar contratos, modificar a liquidez ou postergar para o ano seguinte. Outro ponto de atenção da indústria são os fretes, tanto internacionais quanto domésticos, em virtude da crise persistente dos contêineres no cenário externo e do custo elevado do diesel, no âmbito interno. A commodity não deixa de ser exportada por falta de contêiner, mas geralmente o embarque é postergado.

Na safra 2021/2022, há rolagem de contratos e embarques podem ocorrer para alguns destinos importantes, como Turquia, Bangladesh e Paquistão porque a quantidade de contêineres e fretes disponíveis de linha de navegação para estes destinos está reduzida. Para China, Vietnã e Coreia, o problema pode ser menor. Quanto aos preços da commodity a ser exportada na safra 2022/2023, os contratos internacionais negociados na Bolsa de Nova York estão sendo cotados à média de 103,00 a 104,00 centavos de dólar por libra-peso. É difícil prever quais serão os preços futuros porque se considera a cotação da Bolsa de Nova York mais o basis (prêmio). O basis está estável e não deve recuar porque a produção da safra 2021/2022 está menor do que o previsto, mas os preços futuros são difíceis de projetar, dadas a extrema volatilidade atual. Os atuais patamares de preços do algodão são classificados como favoráveis ao produtor e atrativos para exportação. Para o setor como todo, é bom que os preços não subam muito, para o algodão não perder mercado para os sintéticos. O atual patamar é competitivo ante o poliéster. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.