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15/Set/2022

Preços do algodão recuando com a demanda fraca

A negociação de algodão no Brasil avança pouco no mercado disponível com menor demanda da indústria, que está recebendo volumes contratados anteriormente enquanto aguarda uma reação das vendas de fio. Os preços no Brasil caíram por oito dias seguidos e acumulam queda de 6,34% no mês. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 6,28 por libra-peso. Ainda assim, muitos produtores se mantêm firmes nas indicações, atentos a uma oferta menor após os problemas de produtividade e qualidade na safra 2021/2022. A indústria está recebendo os contratos de algodão e com dificuldade de venda de fios. Algumas indústrias reportam situação parecida com a época do lockdown em termos de venda. Para novos negócios, o mercado está muito parado com a diminuição das vendas do varejo.

O mercado pode continuar lento no restante de setembro e em outubro diante da incerteza sobre política econômica antes das eleições. O outro fator que dificulta a negociação é a dificuldade de fábricas de receber algodão na qualidade contratada após a produção no País ter sido prejudicada por adversidades climáticas, principalmente seca. As cotações do algodão em pluma já atingem patamares de meados de agosto. A liquidez continua enfraquecida, com negócios ocorrendo apenas para atender à necessidade imediata. No geral, ainda há desacordo quanto aos preços e à qualidade dos lotes disponibilizados no spot, e alguns agentes se focam no cumprimento dos contratos a termo. Os produtores entregam contratos fechados previamente e, em algumas situações, aceitam negociar algodão por Esalq. Esses agentes sabem do problema de oferta e estão firmes nos preços indicados. As indústrias indicam abaixo do Esalq, na faixa de R$ 6,10 por libra-peso, mas só conseguem atrair ofertas de comerciantes.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização do algodão em Mato Grosso da safra 2021/2022 atingiu 81,52% em agosto, avanço mensal de 3,50%. Contudo, o volume total comercializado é 1,13% inferior ao observado em igual período da safra 2020/2021. A redução na produtividade da fibra devido às adversidades climáticas que afetaram grande parte das lavouras do Estado deixou os produtores receosos em travar novos negócios. Quanto à safra 2022/2023, que deve ser plantada a partir do fim do ano, têm saído negócios, mas poucos, de tradings com produtores, a 1 mil pontos acima do vencimento dezembro de 2023. Algumas multinacionais indicam 925 pontos acima desse contrato, porém os produtores estão firmes nos 1 mil pontos, e parte deles fala em 1.200 pontos. Rodam ainda alguns acordos com preço a fixar entre produtores e indústrias.

O Imea estimou a comercialização da safra 2022/2023 de Mato Grosso em 47,34% da produção esperada para o ciclo, 7,01% à frente de igual período do ano passado. A negociação avançou 4,27% no comparativo mensal. A valorização do contrato dezembro de 2023 da fibra na Bolsa de Nova York em agosto na comparação com julho se refletiu em um incremento de 7,71% no preço médio da pluma no Estado, o que estimulou os produtores a fechar novas vendas. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em leve alta nesta quarta-feira (14/09). Os ganhos foram sustentados pelo fortalecimento do petróleo, que diminui a competitividade de fibras sintéticas e pode estimular a demanda por algodão. O vencimento dezembro da pluma ganhou 39 pontos (0,38%), e fechou a 102,71 cents por libra-peso. Traders também aproveitaram os preços mais baixos da commodity para recomprar contratos, após o mercado ter recuado mais de 3% na sessão anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.