28/Set/2022
As cotações do algodão em pluma seguem em queda nos mercados externo e interno e já são as menores em um ano. A pressão vem do aumento dos juros nos Estados Unidos, de preocupações com uma recessão mundial, e de possíveis impactos sobre a demanda por pluma, e da valorização do dólar. Diante disso, a maior parte dos vendedores e compradores brasileiros está afastada do mercado spot, mantendo baixa a liquidez. A volatilidade do mercado também mantém players fora de novas negociações. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 5,51% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,76 por libra-peso. Este é o menor valor desde 4 de outubro de 2021. Em dólar, o Indicador está em 106,63 centavos de dólar por libra-peso, o mais baixo desde 1º de novembro de 2021. Na parcial deste mês, o Indicador acumula baixa de 14,12%.
A média parcial de setembro, de R$ 6,22 por libra-peso, está 1,59% menor que a de agosto/2022, mas ainda 7,1% maior que a média de setembro/2021, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2022). Na Bolsa de Nova York, todos os contratos registram quedas, sendo que os vencimentos de curto prazo cederam com mais intensidade. O contrato Outubro/2022 tem desvalorização de 7,4% nos últimos sete dias, a 90,32 centavos de dólar por libra-peso, o menor patamar para um primeiro vencimento desde 20 de setembro de 2021. O contrato Dezembro/2022 registra recuo de 7,99% no mesmo comparativo, indo para 88,37 centavos de dólar por libra-peso, o Março/2023 apresenta recuo de 7,64%, a 85,94 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2023 tem baixa de 7,54% nos últimos sete dias, a 84,17 centavos de dólar por libra-peso.
No Brasil, a queda é menor porque o dólar se valorizou 4,38% frente ao Real entre os dias 19 e 26 de setembro. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 5,40 por libra-peso (100,38 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e a R$ 5,42 por libra-peso (100,58 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 99% da área brasileira da safra 2021/2022 havia sido colhida até o dia 22 de setembro. Quanto ao beneficiamento da nova temporada, a Abrapa estima que está em 68% do total da produção. Na Bahia, 79% da produção esperada havia sido beneficiada; em Goiás, 85%; no Maranhão, 42%; em Mato Grosso do Sul, 86%; em Mato Grosso, 65%; em Minas Gerais, 76%; em São Paulo, 100%; no Piauí, 57%; e no Paraná, 100%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.