30/Set/2022
A negociação de algodão no disponível transcorre de forma lenta no País, com algumas fábricas adquirindo lotes conforme a necessidade e outras esperando preços mais baixos após as quedas recentes. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 5,70 por libra-peso. A queda acumulada no mês de setembro é de 14,95%. Enquanto isso, os vendedores, assustados com os preços mais baixos, preferem aguardar. O mercado teve baixa forte de preço nas últimas duas semanas, e isso fez com que o produtor recuasse da posição de novas vendas, principalmente para entregas futuras. Do lado do comprador, quem tem necessidade continua fazendo posição, mas alguns adotam postura de cautela, acreditando que o preço ainda possa ceder mais um pouco. As cotações do algodão em pluma seguem em queda nos mercados externo e interno e já são as menores em um ano.
A pressão vem do aumento dos juros nos Estados Unidos, de preocupações com uma recessão mundial (e de possíveis impactos sobre a demanda por pluma) e da valorização do dólar. Há registros de negócios a R$ 5,50 por libra-peso, para entrega em outubro e novembro de algodão 41.4 posto na Região Sudeste. Do lado da venda, têm surgido ofertas de produtores para pronta entrega ou para entrega ao longo deste ano, uma vez que está avançando o beneficiamento e alguns contratos fechados antecipadamente já foram cumpridos. Contudo, o volume é pequeno ou fracionado e muitos dos lotes que chegam ao mercado têm qualidade inferior. Há ainda ofertas de tradings no mercado doméstico dependendo da conjunção de futuros e câmbio. Nos últimos 15 dias, observa-se mais tradings oferecendo algodão no mercado interno, o que parece ser um reflexo da fraca demanda externa. A demanda, principalmente de Ásia e Turquia, já teria diminuído ao longo das últimas semanas.
As ofertas, tanto de tradings quanto de produtores, estão na faixa de R$ 5,50 e R$ 5,70 por libra-peso posto na Região Sudeste. Contudo, não há volumes à venda por esses valores. A maior parte dos vendedores e compradores brasileiros está afastada do mercado spot, mantendo baixa a liquidez. A volatilidade do mercado também mantém players fora de novas negociações. Para negociação futura da safra 2022/2023, até a semana passada estavam saindo negócios a fixar, mas nesta semana esfriou o interesse de venda. Ainda havia comprador por 800 a 900 pontos acima do contrato dezembro de 2023 FOB no Porto de Santos (SP). Quanto à safra 2023/2024, os compradores indicam 500 a 600 pontos acima do vencimento dezembro de 2024 FOB no Porto de Santos. Os vendedores, todavia, estão retraídos porque os futuros na Bolsa de Nova York para 2023 e 2024 estão abaixo dos níveis dos contratos mais curtos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.