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07/Out/2022

Preços futuros do algodão poderão sofrer recuos

Segundo a StoneX, a comercialização da safra de algodão 2021/2022 no Brasil alcança 85% da colheita, mas a safra 2022/2023, que ainda será plantada, está muito díspar. Há relatos de que grandes produtores da fibra, que venderam até o seu limite, e outros que comercializaram entre 5% e 10% da safra futura. Mas, na média, 43% da safra vendida com antecedência é um número razoável. O ciclo 2023/2024 também já teve a comercialização iniciada. O produtor deve se preocupar com os preços futuros. É necessário fazer um portfólio defensivo, diante da possibilidade de queda de preços futuros, em razão do risco de desaceleração econômica na China, o principal consumidor da fibra, e outras questões globais, como recessão, inflação e alta nas taxas de juros.

O algodão é a primeira vítima da recessão; apesar de ser necessidade primária, seu consumo pode ser postergado. Há, porém, fatores altistas para a pluma e, sob este aspecto, quem deve se precaver é a indústria têxtil. Entre eles, há o fato de que os principais exportadores de algodão (Brasil, Estados Unidos e Austrália), que detêm 61% do mercado global, podem ter queda na qualidade da fibra. A Austrália, por exemplo, colheu algodão com chuva e com atraso. A chuva tirou o brilho da fibra e prejudicou a qualidade. No Brasil, cuja colheita da safra 2021/2022 já está encerrada, houve problema sério de seca entre a fase vegetativa e a reprodutiva, o que afetou a qualidade extrínseca do algodão. Isso provocou problemas na resistência da fibra e as fábricas têm reclamado bastante.

A safra 2021/2022 foi boa no Brasil, tem entrado bastante algodão nas fábricas, mas grande parte está com qualidade ruim. Em relação aos Estados Unidos, a seca intensa, seguida de chuva na safra atual, ainda em fase de colheita, também deve afetar a qualidade da fibra. Então, o que se observa é a antecipação de um problema muito sério de qualidade. Por isso, na safra 2022/2023 no Brasil, cujo plantio ainda vai começar, há possibilidade de a pluma se valorizar. O basis brasileiro na Bolsa de Nova York (que é a cotação da fibra em relação aos concorrentes) deve se valorizar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.