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19/Out/2022

Tendência de recuperação nos preços domésticos

Os preços do algodão em pluma apresentam reação no mercado brasileiro, depois de terem se mantido em movimento de queda desde o início de setembro. A sustentação vem da posição mais firme de vendedores e do aumento da paridade de exportação. Além disso, parte dos compradores já sinalizou ofertas a valores maiores para lotes de qualidade superior, reforçando o movimento de alta nos valores no spot. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 5,26 por libra-peso, alta de 0,13% nos últimos sete dias, mas baixa de 7,02% no acumulado do mês. Ainda assim, a média do Indicador na parcial de outubro está 13,2% superior à paridade de exportação. Agentes buscam realizar contratos com entregas programadas para os próximos meses e para o primeiro semestre de 2023. Há interesse também por contratos a termo para carregamentos no segundo semestre do próximo ano, já envolvendo a pluma da próxima temporada. No entanto, a disparidade entre os preços de compradores e vendedores limita os fechamentos.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,73 por libra-peso (89,48 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,74 por libra-peso (89,68 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2022 tem desvalorização de 5,83%, indo para 83,09 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2023 mostra recuo de 5,39%, a 81,99 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, queda de 5,12%, a 81,13 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2023, -4,68%, a 79,99 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 12 de outubro, indica produção mundial praticamente estável (-0,3%) frente ao relatório do mês anterior, em 25,703 milhões de toneladas na safra 2022/2023, sendo 2,2% superior à da temporada 2021/2022.

O consumo mundial de algodão está estimado para cair 2,6% se comparado ao do mês anterior, indo para 25,169 milhões de toneladas, sendo 1,5% abaixo do da temporada passada. Vale considerar que, de setembro para outubro, o USDA apontou reduções de 2,7% no consumo da China, de 4% no da Índia e de 4,8% no do Paquistão. As importações mundiais, por sua vez, estão estimadas em 9,497 milhões de toneladas, queda de 2,2% frente aos dados do mês anterior, mas ainda com elevação de 1,7% no comparativo com a safra 2021/2022. As exportações globais podem somar 9,496 milhões de toneladas, recuo de 2,2%, mas elevação de 1,6% nos mesmos comparativos. Nesse cenário, o estoque final está previsto em 19,131 milhões de toneladas, aumentos de 3,7% frente ao estimado no mês anterior e de 3,1% em relação à temporada 2021/2022.

Para o Brasil, especificamente, o USDA estima exportação de 1,829 milhão de toneladas, queda de 2,3% frente aos dados do mês passado, mas ainda 8,7% acima dos envios externos da temporada anterior. O volume brasileiro estocado deve crescer 1,6% no comparativo mensal e 12,1% frente à safra anterior, a 2,859 milhões de toneladas na temporada 2022/2023. Os Estados Unidos devem exportar 2,722 milhões de toneladas na safra 2022/2023, mais de três quartos de sua produção, e os estoques finais são projetados em 610 mil toneladas, sendo os mais baixos desde a safra 2016/2017 (598,75 mil toneladas). Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que a colheita da safra 2021/2022 já foi encerrada em todos os Estados do País. Quanto ao beneficiamento, até o dia 13 de outubro, 85% do total da produção já foi beneficiada, sendo que, em Mato Grosso, especificamente, está em 84% e na Bahia, 90%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.