09/Nov/2022
As cotações do algodão em pluma vêm oscilando com certa força neste começo de novembro, influenciadas por notícias que impactam a oferta e a demanda nos mercados interno e externo. Assim, enquanto no dia 1º de novembro, os valores operavam na casa dos R$ 4,80 por libra-peso, sendo os menores desde julho de 2021, nos dias seguintes, recuperaram parte das perdas e voltaram a fechar acima dos R$ 5,00 por libra-peso. As recentes altas nos preços estão atreladas à posição mais firme de vendedores, que, por sua vez, estão atentos à elevação da paridade de exportação e às intensas valorizações dos contratos na Bolsa de Nova York. Essa flutuação nos preços internos somada às dificuldades logísticas, devido a paralisações e bloqueios nas estradas na semana passada, e à disparidade da qualidade da pluma deixam as negociações em ritmo lento. No geral, os agentes seguem priorizando o cumprimento dos contratos a termo.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve alta de 0,46% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,06 por libra-peso. A média do Indicador neste início de novembro está 18,4% superior à paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,49 por libra-peso (87,22 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,50 por libra-peso (87,43 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Vale considerar que, no dia 1º de novembro, as paridades em ambos os portos foram os menores desde o dia 6 de janeiro de 2021. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram forte alta, impulsionados por compras de oportunidade, pelo fortalecimento da demanda, pela valorização do petróleo e pelo enfraquecimento do dólar.
O contrato Dezembro/2022 tem valorização de 21,51% nos últimos sete dias, a 87,49 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2023 registra alta de 19,81% no mesmo comparativo, a 85,83 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, 18,4%, a 85,07 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2023, 16,88%, a 84,13 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 3 de novembro, o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimou a produção mundial em 24,959 milhões de toneladas na safra 2021/2022, 3,74% superior à anterior, mas com queda de 1,91% frente aos dados divulgados no início de outubro. O consumo mundial de algodão deve aumentar apenas 0,51%, para 25,7 milhões de toneladas, se comparado à safra 2020/2021, reajuste negativo de 1,7% frente ao mês anterior. As exportações podem recuar expressivos 8,64% frente à temporada anterior, mas com alta de 1,72% no comparativo mensal, a 9,794 milhões de toneladas. Assim, os estoques finais podem ser de 19,787 milhões de toneladas na safra 2021/2022, 3,67% menores que os da anterior e 2,88% inferiores ao relatório passado.
Para a temporada 2022/2023, o Icac aumentou a estimativa de produção mundial em apenas 0,16% frente ao relatório do mês anterior, para 25,026 milhões de toneladas, e elevação de 0,27% em relação à temporada 2021/2022. O consumo mundial de algodão deve cair 1,55% no comparativo mensal e 3,09% frente ao estimado na safra 2021/2022, ficando em 24,907 milhões de toneladas. As exportações podem cair 3,22% em relação à safra anterior, para 9,479 milhões de toneladas na 2022/2023, reajuste negativo de 0,7% frente aos dados de outubro/2022. Nesse cenário, o estoque final deve somar 19,906 milhões de toneladas, com baixa de 0,76% frente ao estimado no mês anterior, mas alta de 0,60% em relação à temporada 2021/2022. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que o beneficiamento da safra 2021/2022 estava em 91% do total estimado da produção até o dia 3 de novembro, em linha com o registrado em Mato Grosso (91%); na Bahia, as atividades somam 92%. Para a temporada 2022/2023, já foram semeados 6% da área prevista em São Paulo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.