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11/Nov/2022

Preço do algodão está em alta no mercado interno

Os preços do algodão no Brasil acumulam cinco altas consecutivas, ultrapassando a marca de R$ 5,20 por libra-peso. Os futuros cederam após seis sessões seguidas de valorização, mas a alta do dólar ajudou os preços no País a estenderem ganhos. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 5,20 por libra-peso. A alta no mês é de 3,22%. O vencimento dezembro da pluma, mais líquido, cedeu 118 pontos (1,35%), para 86,50 centavos de dólar por libra-peso, com o aumento da previsão de produção e estoque da pluma pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em relatório de oferta e demanda, o USDA aumentou a estimativa da produção de algodão do país em 2022/2023 de 3,007 milhões de toneladas para 3,055 milhões de toneladas.

O estoque final subiu de 610 mil toneladas para 653 mil toneladas. O USDA reduziu a projeção de produção mundial de algodão de 25,703 milhões de toneladas para 25,350 milhões de toneladas, enquanto os estoques caíram a um ritmo menor, de 19,131 milhões de toneladas para 19,000 milhões de toneladas. Em relatório sobre as perspectivas para 2023, o Rabobank destacou que a redução da oferta global de algodão, com perdas de produção nos Estados Unidos, no Paquistão e no Brasil, tem sido insuficiente para dar suporte aos futuros. O banco citou a redução do consumo global da fibra em virtude da piora nas perspectivas para a economia global após as elevações de taxas de juros pelo mundo e da política de tolerância zero em relação à Covid-19 na China, que pode limitar a procura do maior importador e consumidor da fibra.

O enfraquecimento da demanda vem ganhando mais importância quando se analisa os fundamentos. O tom negativo esperado para o desempenho econômico global deve seguir influenciando os preços da pluma durante o próximo ciclo. O Rabobank prevê que o Brasil tenha área plantada de 1,65 milhão de hectares de algodão, expansão de 1,6% no comparativo com o ciclo anterior, mas ponderou que a queda observada dos preços internacionais pode reduzir a área projetada. Em contrapartida, as excelentes margens capturadas pelo produtor brasileiro durante as últimas safras possibilitaram um aumento da capacidade de beneficiamento no Brasil. Este pode ser um fator que poderá limitar a redução da intenção de plantio para a próxima safra.

Em Mato Grosso, principal Estado produtor, o avanço do plantio da soja em boa parte das principais regiões produtoras deverá permitir que o plantio da pluma ocorra no período ideal. Além disso, as boas margens também permitiram um volume recorde de máquinas agrícolas, o que deve aumentar a velocidade tanto de plantio, como de colheita para as principais culturas. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu a intenção de plantio para a safra 2022/2023 de algodão em Mato Grosso. Diante do cenário de incertezas quanto à economia global, que pode diminuir significativamente o consumo mundial da pluma, uma vez que o produto não é considerado um bem essencial, os preços da pluma exibiram uma expressiva desvalorização nos últimos meses.

O produtor pode se sentir desmotivado em aumentar a área destinada ao algodão na safra 2022/2023. O plantio do algodão não terá alteração na safra 2022/2023 ante 2021/2022, ficando em 1,18 milhão de hectares. Contudo, até a época do plantio há fatores que podem influenciar na decisão final do produtor, como o ritmo da demanda internacional e nacional pela pluma, e consequentemente o andamento das cotações da fibra no Estado. A produção no Estado está prevista em 4,91 milhões de toneladas de algodão em caroço, ante 5,42 milhões de toneladas projetadas anteriormente. O volume, contudo, ainda superaria em 12,19% o registrado na safra 2021/2022 devido à expectativa de um maior rendimento. A perspectiva de produção em pluma de algodão em Mato Grosso é de 2,05 milhões de toneladas, 9,41% abaixo do previsto no mês passado, mas 12,87% acima do ciclo anterior.

Quanto ao mercado, é destaque a volatilidade recente dos preços no País. No dia 1º de novembro, os valores operavam na casa dos R$ 4,80 por libra-peso, sendo os menores desde julho de 2021, mas, nos dias seguintes, recuperaram parte das perdas e voltaram a fechar acima dos R$ 5,00 por libra-peso. As altas recentes são atribuídas à posição mais firme de vendedores, atentos à elevação da paridade de exportação. Essa flutuação nos preços internos somada às dificuldades logísticas, devido a paralisações e bloqueios nas estradas, e à disparidade da qualidade da pluma deixaram as negociações em ritmo lento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.