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17/Nov/2022

Tendência de alta dos preços internos do algodão

Os valores do algodão em pluma estão subindo de forma expressiva no Brasil e já operam próximos dos R$ 5,40 por libra-peso. O impulso vem da posição firme de vendedores, que estão atentos às valorizações externas da pluma e ao aumento da paridade de exportação. Assim, os compradores com necessidade imediata acabam pagando os maiores preços, especialmente para lotes de melhor qualidade. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 6,17% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,37 por libra-peso, o maior valor desde o dia 5 de outubro de 2022 (R$ 5,48 por libra-peso). Na parcial do mês, o Indicador registra alta de 6,65%. A média do Indicador na primeira quinzena de novembro está 13,3% superior à paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,81 por libra-peso (90,34 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,82 por libra-peso (90,54 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, o contrato Dezembro/2022 tem valorização de 1,43% nos últimos sete dias, indo para 88,74 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2023 registra avanço de 1,33% no mesmo comparativo, a 86,97 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, 0,91%, a 85,84 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2023, apenas 0,34%, a 84,42 centavos de dólar por libra-peso. Estimativa divulgada dia 9 de novembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a área brasileira com algodão para a safra 2022/2023 deve ser de 1,642 milhão de hectares, aumento de 0,74% frente ao relatório de outubro/2022 e 2,6% acima da safra 2021/2022. A produtividade deve crescer 1,14% em relação à estimativa do mês anterior e expressivos 13,9% frente à temporada passada. Assim, a produção no Brasil pode aumentar tanto no comparativo com o relatório anterior quanto no da safra passada, 1,88% e 13,9%, respectivamente.

Os produtores estão dispostos a aumentar as áreas, devido à boa rentabilidade e à maior liquidez externa, mesmo com a tendência de retração nos valores, tanto no mercado doméstico como no internacional. Em Mato Grosso, a área cultivada está prevista em 1,171 milhão de hectares, leve alta de 0,2% frente ao relatório passado e 2,7% maior que a temporada 2021/2022. A produtividade deve ser de 1.793 quilos por hectare, aumentos de 0,73% em relação ao dado de outubro/2022 e 15,7% frente à safra anterior. O volume produzido está projetado em 2.099 milhões de toneladas, elevações de 0,93% no comparativo mensal e de 18,9% em relação à temporada de 2021/2022. Na Bahia, a estimativa de área cultivada se manteve inalterada frente aos dados de outubro/22, em 308 mil hectares, com ligeira alta de 0,1% comparado à safra anterior. Para a produtividade, houve aumentos de 2,52% em relação ao mês anterior e de 15,2% no comparativo com a safra 2021/2022.

Dessa forma, a estimativa de produção também avançou, 2,49% frente às informações de outubro, para 600,2 mil toneladas em 2022/2023, sendo 15,3% maior que a produção da safra anterior. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que o beneficiamento da safra 2021/2022 estava em 93% do total estimado da produção até o dia 10 de novembro. Em Mato Grosso, 94% da produção esperada havia sido beneficiada, na Bahia, 93%; em Goiás, 98%; em Minas Gerais, 97%; em Mato Grosso do Sul, 95% e no Maranhão, 61%. Enquanto em São Paulo, no Paraná e no Piauí as atividades já se encerraram. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 9 de novembro, indica queda de 1,4% na produção mundial de algodão em pluma frente ao relatório do mês anterior, pressionada pelas reduções de 8,3% da Austrália e de 13,4% do Paquistão, ficando apenas 0,6% superior à da temporada 2021/2022, e totalizando 25,35 milhões de toneladas na safra 2022/2023.

O consumo mundial de algodão está estimado para cair apenas 0,6% se comparado ao do mês anterior, indo para 25,027 milhões de toneladas, sendo 2,1% abaixo do da temporada passada. As importações mundiais, por sua vez, estão estimadas em 9,41 milhões de toneladas, recuo de 2,2% frente aos dados do mês anterior, mas ainda com elevação de 0,8% no comparativo com a safra 2021/2022. Vale considerar que, de outubro para novembro, o USDA apontou reduções de 2,3% nas importações da China e de 4,8% nas de Bangladesh. As exportações globais podem somar 9,406 milhões de toneladas, retração de 0,9% no comparativo mensal, mas elevação de 1% frente à safra 2021/2022. Com isso, o estoque final está previsto em 19 milhões de toneladas na temporada 2022/2023, queda de 0,7% frente ao estimado no mês anterior, mas aumento de 1,9% em relação à safra passada. Para o Brasil, especificamente, o USDA estima estoque de 2,907 milhões de toneladas, alta de 1,7% frente aos dados do mês passado e 11,9% acima do volume da temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.