ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Nov/2022

Preços do algodão sustentados no mercado interno

A cotação do algodão em pluma, que começou novembro abaixo dos R$ 5,00 por libra-peso, reagiu, especialmente na primeira metade do mês, voltando aos patamares observados no início de outubro/2022. A sustentação vem da posição firme de vendedores, que estão atentos às altas da paridade de exportação e dos contratos negociados na Bolsa de Nova York. Além disso, algumas indústrias mostram necessidade imediata de adquirir novos lotes e uma parcela dos demandantes paga valores maiores para a pluma de qualidade superior. Nesse cenário, entre 31 de outubro e 28 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registrou avanço de 5,51%, a R$ 5,32 por libra-peso. No entanto, especificamente nos últimos sete dias, o Indicador apresenta baixa de 0,61%.

Esse recente enfraquecimento nos valores internos, por sua vez, se deve à queda nos preços externos, à maior flexibilidade de alguns vendedores e à pressão exercida por parte dos compradores. Ao longo de novembro, o ritmo de comercialização no spot esteve lento, com agentes cumprindo contratos e indicando que boa parte da produção já estava comprometida. No entanto, há interesse por negócios antecipados para embarques em 2023 e envolvendo a safra 2021/2022. Do lado da demanda, algumas indústrias estão fora de mercado, usando estoques e indicando dificuldades nas vendas e no repasse dos reajustes positivos aos seus produtos manufaturados. Comerciantes, por sua vez, buscam realizar negócios “casados” para evitar ficar com algodão armazenado, diante das oscilações de preços.

Os valores praticados no Brasil estão 12,2% superiores à paridade de exportação. A média do Indicador em novembro, de R$ 5,23 por libra-peso, está 0,69% maior que a média de outubro/2022, mas ainda 19,32% menor que a de novembro/2021, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro/2022). Em dólar, o Indicador à vista tem média de 98,72 centavos de dólar por libra-peso neste mês, 16,9% acima da média do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York (de 84,46 centavos de dólar por libra-peso). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,74 por libra-peso (88,40 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,75 por libra-peso (88,59 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em alta no balanço de novembro, impulsionados pela valorização do petróleo, por compras de oportunidade, pelo fortalecimento da demanda pela pluma norte-americana e pela desvalorização do dólar ante uma cesta de principais moedas estrangeiras. Assim, de 31 de outubro a 28 de novembro, o contrato Dezembro/2022 avançou 11,39%, indo para 80,20 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2023 aumentou 10,2% no mesmo comparativo, a 78,95 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, 9,1%, a 78,39 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2023, 7,96%, a 77,71 centavos de dólar por libra-peso.

Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que o beneficiamento da safra 2021/2022 estava em 96% do total estimado da produção até o dia 24 de novembro. Em Mato Grosso, 97% da produção esperada havia sido beneficiada, na Bahia, 94%; em Goiás, 99%; em Minas Gerais, 99%; em Mato Grosso do Sul, 98% e no Maranhão, 65%. Para a safra 2022/2023, a semeadura em São Paulo e em Goiás soma 8% das respectivas áreas estimadas, até o dia 24 de novembro. Em Mato Grosso do Sul, as atividades totalizam apenas 0,4% da área esperada.

Em relatório divulgado no dia 25 de novembro pelo Cotton Outlook, a produção mundial da safra 2022/2023 foi estimada em 24,852 milhões de toneladas, elevação de 0,2% frente aos dados de outubro/2022, influenciada pelo reajuste positivo dos Estados Unidos e da Turquia, que compensou o recuo da Austrália. O consumo mundial deve ficar em 23,639 milhões de toneladas na temporada 2022/2023, recuo de 0,7% no comparativo mensal e queda de 4,4% frente à safra anterior. Dessa forma, houve aumento na estimativa dos estoques mundiais, saindo de 995 mil toneladas projetados no final de outubro/22 para 1,213 milhão de toneladas em novembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.