02/Jun/2023
Os preços do algodão fecharam o mês de maio em alta de 3,40% depois de terem caído por quatro meses seguidos e voltaram a se consolidar acima dos R$ 4,00 por libra-peso. O impulso veio sobretudo da postura mais firme de vendedores, que estiveram atentos às altas no valor externo da pluma e da paridade de exportação. Com a reação nos preços e a proximidade da entrada de maior volume da safra 2022/2023, alguns vendedores aproveitaram para comercializar lotes. Outros realizaram negócios para exportação em detrimento do mercado interno, visto que a cotação interna segue abaixo da paridade de exportação. Os compradores mostravam interesse para pronta entrega e contratos a termo da safra 2022/2023. Para adquirir pluma de melhor qualidade, os compradores aceitam os valores mais elevados pedidos por vendedores. Algumas indústrias relatam melhora nas vendas. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita da safra 2022/2023 começou no País e já atinge 0,30% da área.
Até o dia 26 de maio, foram colhidos 3% em Mato Grosso do Sul, 10% no Paraná, 12% em São Paulo e 8% em Minas Gerais. Bahia e Goiás iniciaram colheita essa semana, em regiões especificas dos respectivos Estados. A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) informou que, na última semana, a região oeste da Bahia deu início à colheita do algodão com expectativa de alcançar boa qualidade de fibra e confirmar a projeção de produtividade de 1.937 quilos de pluma por hectare, ou 315 arrobas de algodão em capulho por hectare. O clima ajudou e, com o bom controle de pragas e doenças, a produtividade, certamente, vai se confirmar. Em relação à remuneração, esta será uma safra de margens pequenas. Os produtores tiveram os maiores custos de produção dos últimos 20 anos.
Adicionalmente, os preços das commodities estão pressionados. O que pode amenizar um pouco esta conjuntura é a produtividade. A colheita no Cerrado da Bahia começou, timidamente, na região da "Coaceral" (Companhia das Cooperativas Agrícolas do Estado da Bahia), no extremo oeste do Estado, e no núcleo conhecido como Rio de Pedras. A colheita deve engrenar na segunda semana de junho. Na região sudoeste do Estado, que planta mais cedo, o algodão começou a ser colhido no fim de abril. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o cenário no último mês foi de queda dos preços em Mato Grosso, pautado pela menor demanda, atrelada à coloração fora do padrão dos últimos lotes de fibra restantes da safra 2021/2022. Com a aproximação da colheita no Estado, os preços tendem a continuar sendo pressionados devido ao aumento da oferta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.