21/Jun/2023
Os preços internos do algodão em pluma têm oscilado, mas, no balanço dos últimos sete dias, registram queda. Essa oscilação se deve, sobretudo, à dificuldade dos agentes ativos de entrarem em acordo quanto aos preços e à qualidade dos lotes disponibilizados. A pressão sobre os valores domésticos também vem das desvalorizações externas e do dólar, que reduzem a paridade de exportação. Ainda assim, a cotação interna da pluma segue operando acima da paridade de exportação. Parte dos vendedores, principalmente os produtores, está firme em suas ofertas para vendas no spot, mas alguns têm interesse em liquidar lotes antes da entrada de um maior volume da temporada 2022/2023 e outros que precisam “fazer caixa”. Vale considerar que agentes estão otimistas com o desempenho da lavoura e esperam boa produtividade. Do lado comprador, a demanda por parte das indústrias e do mercado externo seguem enfraquecidas. Boa parte das empresas ainda tem dificuldade de vendas dos manufaturados ao longo da cadeia e, com isso, trabalha com capacidade reduzida, fazendo uso de seus estoques e/ou matéria-prima já contratada.
Diante disso, as negociações ocorrem de maneira pontual. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 2,17% nos últimos sete dias, a R$ 4,01 por libra-peso. Na parcial de junho, o Indicador apresenta baixa de 2,41%. No entanto, a cotação interna está, em média, 1,7% superior à paridade de exportação na parcial do mês. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,76 por libra-peso (78,93 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,78 por libra-peso (79,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram queda, pressionados pelo enfraquecimento do petróleo no mercado internacional e pela queda nas vendas norte-americanas. O vencimento Julho/2023 apresenta desvalorização de 2,43% nos últimos sete dias, a 81,46 centavos de dólar por libra-peso.
O contrato Outubro/2023 registra queda de 1,9%, a 82,05 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023 tem baixa de 1,5%, a 80,10 centavos de dólar por libra-peso; e o Março/2024 apresenta recuo de 1,43% nos últimos sete dias, a 80,20 centavos de dólar por libra-peso. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 11 dias úteis de junho/2023, as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 34,26 mil toneladas, 43,2% abaixo do volume embarcado em todo o mês de maio/2023 e 45,4% inferior ao verificado em junho/2022. A atual média diária de vendas externas está em 3,114 mil toneladas, contra 2,987 mil toneladas em junho/2022 (+4,3%). O preço médio está em 87,81 centavos de dólar por libra-peso na parcial de junho/2023, alta de 5,1% no comparativo mensal (83,59 centavos de dólar por libra-peso), mas baixa de 23,5% no anual (114,82 centavos de dólar por libra-peso). De agosto/2022 até a parcial de junho/2023, foram embarcadas 1,351 milhão de toneladas, contra 1,683 milhão exportadas de agosto/2021 a julho/2022 (-19,7%).
Em maio/2023, o dispêndio com as importações da pluma foi de US$ 414,31 milhões, aumentos de 11,1% frente ao mês anterior e de 13,2% em relação a maio/2022. No acumulado de 2023, as despesas com as importações estão em US$ 2,012 bilhões, queda de 1% frente ao mesmo período de 2022. A receita com as exportações esteve em US$ 194,66 milhões em maio/2023, aumento de apenas 0,7% frente a abril/2023, mas queda de 33% em um ano. Na soma dos cinco primeiros meses do ano, o montante recebido está em 1,056 bilhão, 48,1% menor que no mesmo período de 2022 (US$ 2,035 bilhão). Assim, em maio/2023, a balança comercial ficou deficitária em US$ 219,65 milhões, contra saldo negativo de US$ 179,82 milhões no mês anterior (+22,1%) e maior que o déficit de US$ 75,46 milhões registrado em maio/22 (+191,1%). Na parcial de 2023 (janeiro-maio), o saldo comercial está com déficit de US$ 956,16 milhões, contra um superávit de US$ 4,072 milhões no mesmo período de 2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.