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23/Jun/2023

Preços do algodão pressionados no mercado interno

O mercado interno de algodão segue enfraquecido, com a dificuldade de acordo entre vendedores e compradores em relação aos preços. As cotações estão pressionadas pela demanda retraída e pela entrada no spot de lotes da safra nova. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 3,99 por libra-peso. A queda acumulada no mês é de 2,93%. A pressão sobre os preços internos decorre também da desvalorização da pluma no mercado externo e da depreciação do dólar, o que reduz a paridade de exportação. Ainda assim, a cotação interna da pluma segue operando acima da paridade de exportação. Parte dos vendedores, principalmente os produtores, está firme em suas ofertas para vendas no spot, mas alguns têm interesse em liquidar lotes antes da entrada de um maior volume da temporada 2022/2023 e outros que precisam "fazer caixa".

A demanda, entretanto, continua arrefecida tanto por parte das indústrias domésticas quanto pelo mercado externo. O desacordo sobre preços também limita o mercado. Como os preços têm oscilado, vendedores e compradores se sentem inseguros em negociar. Os compradores indicam entre R$ 4,00 e R$ 4,05 por libra-peso para algodão para fio penteado (algodão mais fino 31.4) e entre R$ 3,80 e R$ 3,85 por libra-peso para fio open end (de menor custo operacional 41.4), em ambos os casos para produto colocado na indústria da Região Sudeste com pagamento em 8 dias. Os preços continuam recuando, pois a demanda está muito fraca. As vendas de fios estão ruins no varejo. Os vendedores indicam entre R$ 4,05 e R$ 4,10 por libra-peso para algodão fio penteado e em torno de R$ 3,90 por libra-peso para fibra open end.

A movimentação para entrega futura também está lenta devido ao arrefecimento dos preços. Fibra para entrega em meados de agosto e setembro tem sido cotada por R$ 5,10 por libra-peso. Por enquanto, circula no mercado basicamente a safra antiga. Da safra nova começaram a aparecer volumes pequenos de São Paulo. Do lado da oferta, a fibra da safra 2022/2023 está chegando aos poucos no mercado. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 1,8% da área plantada no País tinha sido colhida até 9 de junho, enquanto o beneficiamento dessa pluma ainda não começou. A entidade estima que 67% da safra já foi comercializada. De modo geral, as lavouras encontraram boas condições de desenvolvimento nos campos brasileiros, em 2023.

Mais de 80% delas já estavam em maturação, no início de junho. A Abrapa vai revisar durante este mês a sua projeção para a produção brasileira e divulgará em 30 de junho. No momento, a estimativa de colheita é de 3,01 milhões de toneladas, alta de 18,2% ante a safra 2021/2022, acima dos 2,98 milhões de toneladas previstos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com a Conab, até o dia 17 de junho, a colheita de algodão 2022/2023 avançou 2,2% na semana, alcançando 3,1% da área total, atrás dos 4,2% registrados em igual período da temporada anterior. A retirada da fibra do campo começou pelos estados de Minas Gerais (8%), Mato Grosso do Sul (5%), Bahia (5%) e Mato Grosso (2,6%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.